2.24 |Emerie

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Deixei o apartamento antes dela chegar, minha cabeça parecia explodir de tantos pensamentos ao mesmo tempo cogitando hipóteses e probalidades do que iam acontecer dependendo da minha resposta para Theo, peguei algumas roupas que Ayla tinha conseguido salvar antes do meu doador de sêmen fazer a limpa no meu apartamento, eram poucas mas o suficiente até eu dar um jeito de conseguir as minhas coisas de volta, no caso isso iria acontecer na sexta.

Destranquei a porta com a chave reserva que ele deixou, equilibrando as sacolas do mercado com macarrão e ingredientes para um molho branco, incluindo uma vodka. O bilhete que eu tinha deixado junto do presente um pouco inapropirado, ainda estavam colados na porta da geladeira. Restavam algumas horas pra ele chegar, e durante esse tempo eu tinha planejado tomar um banho decente e logo em seguida preparar um jantar para nós dois - uma coisa simples, e sofisticada.

Saí do chuveiro poucos minutos depois, escolhendo uma das suas camisas básicas no pequeno closet no interior do quarto. Gael era organizado ao extremo, haviam prateleiras e cabides separando suas roupas de acordo com a cor e estilo. Tenho de admitir, ele tinha um jeito fofo de se organizar, além do bom gosto para as suas roupas o que era engraçado porque se ele fosse ver o meu guarda roupa iria se deparar com uma mistura de cores, estilos e tamanhos, nada do básico habitual dele. Acho que aquela parte acabara de se tornar minha parte favorita do quarto, era um espaço reservado e íntimo que tinha o cheiro da sua loção masculina, o que causava estranhas e familiares sensações por todo o meu organismo. Eu gostava daquilo. Saí vestindo uma camisa branca, grande para o meu corpo, cobrindo o shorts de tecido fino de um conjunto de pijama.

Liguei o fogo, começando a fritar o bacon com a vodka até o cheiro de álcool sumir adicionando, conforme dorava, o restante dos ingredientes. Pedaços pequenos de tomate, pimenta-do-reino, sal e outros temperos para dar o contraste delicioso do sabor e no fim adiocionei queijo. Muito queijo. O aroma subiu até o meu nariz, invadindo as minhas narinas instigando a fome que doeu no meu estômago, ignorei a leve dor tomando do que sobrou da vodka, fazendo uma careta quando o líquido desceu numa queimação suave pela garganta. Organizei os pratos e talheres sobre a mesa. Aquela mesa. O vapor subia da panela quando a deixei no centro, com uma jarra de água e uma garrafa de vinho pela metade ao seu redor. Eu estava lavando a louça quando ouvi o som do trinco, estranhei. O som de passos me pegou de supresa logo em seguida a voz masculina.

- Uau. - Expressou ele, afrouxando a gravata do colarinho. Seu sorriso aumentou enquanto andava na minha direção.

- O que você está fazendo aqui? - Franzi a testa, mexendo as mãos para secar.

- É meu apartamento? - Respondeu, antes de roubar um beijo.

- Você sabe o que eu quis dizer. - Recuei, apoiando as mãos na borda da pia. Ele suspirou, virando-se para deixar a parte do cima do terno sobre uma cadeira.

- Eu pedi para sair mais cedo. - Comentou baixinho, notei sua face ruborizada quando ele se voltou pra mim.

Não evitei o sorriso bobo que brotou nos meus lábios, Gael olhou mais uma vez para a mesa, observando o macarrão, ainda quente, os pratos e copos organizados. Para dois. Seus olhos encontraram os meus, compartilhando o mesmo sorriso expostos nas nossas bocas.

- Assim você me deixa mal acostumado, Emerie. - Resmungou, envolvendo-me com os braços. - Eu gosto disso.

- Nós somos péssimos com promessas. - Sussurrei passando a mão em seu cabelo. Ele franziu o cenho. - No hospital, nós combinamos de nos afastar pra ajeitar as coisas, o fato é que durou uma semana e agora já estamos agindo como dois tontos apaixonados.

- Desculpe por isso. - Resmungou, afundando a cabeça no meu ombro. - Acho que não consigo ficar longe de você por muito tempo, se você não quiser isso é só me dizer.

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