- Eu deixei você por cinco minutos, por cinco minutos! - Ele grita. - E nesse meio tempo você tentou se afogar na banheira?
O quê?
- Quem é você? - Berro perplexa, pondo uma das mãos nos meus seios e a outra na região da virilha, mesmo que a lingerie faça seu trabalho em cobrir as partes essências.
Ele observa minha atitude e parece corar, notando que está muito próximo dá uns passos para trás.
- Quem é você? - Repito, procurando algo no minúsculo banheiro que seja ameaçador. Acabo pegando uma gillete, melhor do que nada.
O garoto que assemelha ser da minha idade, abre um sorriso discreto mostrando as covinhas nas bochechas. Sua mudança de humor repentina me confunde. Meu corpo sinaliza o perigo que ele pode apresentar mesmo que por vias de fato ele não tenha feito nada a não ser me agarrar.
Ele respira fundo, como se estivesse se preparando para um discurso, afastando-se mais. Igualzinho a quando minha mãe se preparava para um longo sermão em repreensão.
A cena deve ser deprimente. Eu enxarcada, de lingerie, parecendo um rato afogado. Ele deve ter chegado na mesma conclusão ao dizer:
- Perdoe minha intromissão Emerie, mas antes de qualquer coisa você não gostaria de se vestir?
- Se você nao sair agora deste apartamento vou ligar para a polícia! - Respondo o mais alto que consigo, apontando o pequeno objeto cortante em minhas mãos para a sua linda face.
- E como você planeja fazer isso? - Pergunta audacioso. - Porque pelo o que posso ver, quem está contra a parede é você, não eu. Literalmente.
- Você é algum tipo de psicopata ou sociopata?
- Ah, longe disso. - Uma de suas mãos vai ao seu peito, como se eu o tivesse ofendido. - Mas, vamos agilizar as coisas como eu disse anteriormente; você não gostaria de se vestir? Para que assim eu possa te explicar as coisas sem que eu me distraia.
A situação não diminue o medo que sinto, mas seu último comentário faz um discreto sorriso se abrir na minha boca. Devo ressaltar que em nenhum momento abaixei a mão com a gillete, embora meu braço tenha começado a doer.
- Quer dizer que eu te distraio?
Ele me analisa, seu semblante - incrivelmente lindo - é uma mistura de vergonha e incredulidade.
- Eu não disse isso. - Responde de maneira monótona, forçando uma tosse.
- Insinuou?
- Pelos céus mulher, se vista logo para eu simplificar as coisas.
- Como quiser.
Ando em sua direção, ele cora ainda mais. Acabo esbarrando, por querer mesmo em seu corpo quente e musculoso. Um arrepio percorre toda a extensão da minha coluna.
Obviamente o analisei cuidadosamente para ver se não demostrava nada ameaçador, para enfim seguir em sua direção.- O q-que você está fazendo? - Ele pergunta quando paro ao seu lado, de braços cruzados com o ombro encostado em seu peitoral.
- Eu tenho que ir para o quarto, não?
Ele percebe que ainda está parado na entrada do banheiro e dá um pequeno passo para o lado, abrindo passagem.
- Me dê apenas um motivo para não ligar para a polícia neste exato momento. - Digo, assim que entro na sala e pego o celular
Não dei o trabalho de me vestir, afinal ele mesmo disse que eu o distraio. Devo usar o que tiver ao meu favor para ganhar tempo.
- Se você permitir que ao menos eu me explique garanto que a polícia não terá nenhuma necessidade. - Ele senta preguiçosamente numa das poltronas.
- E como vou saber que você não é um psicopata? Ou abusador?
- Não saberá! - Responde o óbvio.
- Acho que a polícia é mais segura! - Digo, digitando rápido o número de emergência.
- Emerie, não faça isso!
- Tarde demais! - A linha é atendida do outro lado com um "qual a emergência policial?"
Antes que eu perceba, ele pega o telefone da minha mão numa velocidade sobre-humana.
- O q-quê?
Ele não responde, apenas desliga o celular o tacando do outro lado da sala. O objeto quebra na mesma hora.
- Você é algum tipo de X-Men?
O garoto ignora meu comentário, indo para o meu quarto, eu o sigo não antes de pegar uma faca na cozinha.
- Vamos lá! - Ele diz olhando as minhas roupas e pegando um vestido florido. - Vista isso. Não é um pedido Emerie.
Acabo soltando uma risada irônica, minhas emoções se embaralham semelhante aos meus pensamentos confusos. Óbvio que o garoto está aqui por um motivo o qual pretendo descobrir o mais rápido possível.
- Meu Deus. - Ele murmura. - Bem que sua mãe disse que você era teimosa, pelo visto ela não mentiu.
O som de sua voz saí tão baixo na última frase que posso apostar que ele não achava que eu ia ser capaz de ouvir.
- M-minha m-mãe?
Droga Gael, seu boca grande. - Ele dá bronca em si mesmo.
- Gael? - Indago franzido a testa.
Deve ser este seu nome porque ele parou o que estava fazendo e me encarou. Seus olhos tinham um tom de azul que pareciam o céu em um dia sem nuvens, mas ao mesmo tempo pareciam um mar tempestuoso.
- Seu nome é Gael?
- Até que me digam o contrário, então sim.
Mantenho uma distância segura entre nós dois. Que merda está acontecendo aqui?
- Emerie, - Ele suspira paciente. - acho que você precisa saber de uma coisa.
A intensificação do seu olhar para o meu me deixa desconfortável, desvio primeiro mas tendo total noção dos seus movimentos. Ele tenta se aproximar e ligeiramente aponto a faca que estava segurando, para ele.
- Obviamente sem essa faca Emerie.
- Diga o que quiser, mas essa faca vai ficar aqui.
- Certo, mas então se vista.
- Então sai do quarto. Ou vai querer me assistir trocar de roupa também?
- Não seria a primeira vez que faço isso.
- O que você disse? - Me aproximo dele de forma ameaçadora.
- Cinco minutos. Mais nada.
E então duas coisas completamente estranhas acontecem. Primeiro uma forte luz toma conta do cômodo e em seguida ele some. Simplesmente some.
Com certeza ele é um X-Men perdido. Onde será que consigo o contato do Professor Xavier?
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Angel In My Life
Romance(Concluído/Completo) A maior tensão sexual entre um anjo da guarda e uma humana que você irá encontrar... Emerie e Gael, uma humana e um anjo. Dois mundos completamente diferentes... o que eles têm em comum? A resposta é: os mesmos desejos devassos...