2.29 |Gael

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Gael

Horas depois do Gael deixar o apartamento da Rachel (alguns capítulos atrás)

Eu realmente estava aliviado. Meu noivado finalmente tinha acabado, isso significava que eu não estava preso em algo que não queria e não estava enganando ninguém, além de que eu estava oficialmente livre para ter o que eu e a Emerie quiséssemos, isso se de fato ela iria querer alguma coisa comigo. Era muito tarde da noite e, como de costume, eu fazia o meu trajeto para o hospital, sabia que aquela seria uma das últimas noites em que eu dormiria lá. O progresso da recuperação da Emerie estava indo mais rápido do que o esperado, ou seja, enquanto ela melhorava menos ela ia ter que ficar internada, porém ainda me sentia meio preocupado com isso, óbvio que estava feliz por ela, mas também estava preocupado com o que seria de nós dali pra frente, digo, será que seríamos amigos, talvez conhecidos, ou de repente, teríamos algo sério do lado de fora? Uma parte de mim esperava que sim, mas a outra não tinha certeza dessa afirmação.

Dispersei esses pensamentos concentrando em focar na ida até o corredor da ala dela, as salas já estavam escuras e poucas pessoas vagavam pelos corredores, apenas alguns enfermeiros ou os responsáveis pela limpeza diária e noturna do local. Eles já me conheciam, sabiam o suficiente para ignorar a minha presença e o motivo de estar lá. Era estranho, mas sempre que eu chegava perto do quarto dela meu coração dava pulos "extras" digamos assim, eu ficava nervoso e ansioso, não sei porquê.

Antes de chegar ao meu destino, um som estranho e fraco chamou a minha atenção. Um choro fraquejado carregado por um gemido ainda mais fraco e dolorido. Encontrei a garota caída na frente do quarto dela, tão pálida e e magra que pensei ser um tipo de assombração, não vou negar por um momento fiquei assustado.

- Vai ficar só olhando ou vai me ajudar? - Perguntou num resmungo o fantasma da garota. Enrijeci o corpo, andando rapidamente para ajudá-la.

- Desculpe. - Murmurei, erguendo-a nos braços. Ela tinha um rosto jovem, certamente belo se sua saúde favorecesse sua beleza juvenil e feminina. A garota comprimiu os lábios, assentindo com a cabeça. - Quem é você?

- Primeiro, me coloque na cama por favor e chame a Mary, a enfermeira chefe desse setor. Só aceito ela pra cuidar de mim, o resto são um bando de enfermeiros chatos sem coração. - Deitei seu corpo magro e embrasquecido na cama, ela podia estar doente mas mantinha uma língua afiada como a de um adolescente, o que evidentemente ela era.

Saí a procura da velha enfermeira, eu já a conhecia obviamente, também cuidava da Emerie e, ainda por cima, era a minha confidente pra saber como Eme estava e a rotina dela. Tudo bem, eu parecia um psicopata fazendo isso, eu sei. Mary atendeu rapidamente ao meu chamado e seguiu para o quarto da garota.

- Jade! - Exclamou ela, trabalhando rápido com a menina, colocando uma máscara de oxigênio em seu rosto e enfiando uma agulha em seu braço. - Por que você saiu da cama?

- Eu estava sem ar, e aquele botãozinho de quinta não estava funcionando, ou nenhum dos enfermeiro quis vir me atender. É provável que eles acharam ser um fantasma. - Ela disse a última frase olhando nos meus olhos como uma acusação.

- Obrigada Gael. - Disse Mary, terminando de cuidar da tal Jade, a menina arregalou os olhos supresa. Não entendi. - Ela é muito teimosa, como você pode ver além de estar doente ela não aceita qualquer um para cuidá-la.

- Ah. - Foi a única coisa que pensei em dizer. Um "ah" se graça mas que deixava a entender a minha compreensão.

- Ele é o Gael? - Jade perguntou para Mary, a enfermeira virou-se para ela fazendo uma cara feia. - O Gael da Emerie?

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