As vidas de Aya Takahashi e Asuka Nakamura não eram, nem de perto, parecidas. Enquanto Aya lutava para sobreviver aos traumas do passado que insistiam em ainda atormenta-la, Asuka buscava, a todo custo, esconder quem ela era de verdade, em uma tenta...
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Soltei um suspiro, passando as mãos por meus cabelos curtos, rapidamente os prendendo com uma liga de elástico. Pisquei meus olhos, passando a mão por minha tez e retirando as gotículas de suor dali enquanto meus olhos se focavam no relógio preso em meu pulso. E não evitei me sentir irritada ao notar que nem era meio-dia mas parecia que eu estava presa dentro de um forno.
Aquele era um dia quente para caralho. Tão quente que nem os ventiladores de teto da lanchonete consigam lidar com aquilo, lançando ar quente e nada refrescante contra minha pele toda vez que eu me movia para encher o copo de café de alguém ou entregar um pedido. Tão quente que eu havia desabotoado os primeiros botões do meu uniforme para ver se todo aquele calor passava logo e bom, não adiantou de nada, afinal eu continuava com calor e inevitavelmente suada.
Respirei fundo, enchendo mais um copo de água e o guiando até meus lábios, bebendo todo o líquido ali em poucos segundos debaixo dos olhos atentos de Mariko que exibia um sorriso malicioso.
─ Parece que a noite foi boa, garota.─ Ela disse, as mãos se encontravam dobrando a massa do que futuramente seria uma torta. Franzi o cenho para Mari, notando seu olhar preso em meu pescoço, onde eu sabia que se podia ver mordidas e chupões que tentei esconder com maquiagem, algo que até funcionou mas logo foi estragado por causa do meu suor.
─ Sendo jovem, lembra?─ Falei para ela, sorrindo. Mariko soltou uma risada alegre, balançando a cabeça em concordância.
Apesar de todo aquele calor do caralho, eu estava de muito bom humor. Tinha gozado após quatro anos, mesmo que tivesse sido Ran que me fez alcançar o limite. Suspirei, uma mão tocou meu pescoço marcado e por um instante, fui teletransportada para a noite anterior, onde havia sido seduzida pelo Haitani e quase pude senti-lo sussurrando ao pé de meu ouvido enquanto beijava minha pele com aquela lentidão provocativa, tão erótica e enlouquecedora que chegava a ser inevitável de resistir.
─ Ei, garota.─ Chamou Mariko, ela não disse mais nada, apenas lançou um olhar para as portas da cozinha. E eu sabia que aquilo só significava uma coisa.
Não demorei em pegar aquilo que continha o café e sair da cozinha em passos lentos, só para encontrá-lo. Revirei meus olhos e por um instante, quase quis jogar o café em minhas mãos nele no momento que seus olhos roxos me fitaram e um sorriso brotou em seus lábios.
─ O que você tá fazendo aqui?─ Rosnei, assim que cheguei perto. Ran apenas balançou os ombros, não dando a mínima importância para meu tom. Ah, mas é um desgraçado do caralho mesmo.
─ Você não deveria falar dessa forma comigo.─ Soltou ele, passando as mãos por seus cabelos que se encontravam soltos, espalhados por seus ombros. Pisquei meus olhos, erguendo uma sobrancelha em um questionamento que apenas fez com que um sorriso crescesse ainda mais em sua boca.─ Sou cliente, lembra?
Soltei uma risada arrastada, depositei o que eu segurava na bancada e cruzei os braços abaixo de meus seios.
─ Cliente, não é mesmo?─ Falei, inclinando a cabeça para lado, notando a forma que os olhos de Haitani escureceram levemente no instante que notou as manchas roxeadas ao longo do meu pescoço. Ele soltou um riso malicioso, agarrando o cardápio entre os dedos e lhe dando uma lida superficial antes de dar um suspiro dramático.
