☪ . ☆ ELEVEN ☆ . ☪

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Lee estava gritando comigo. Estávamos no meu apartamento. Ele gritava e gritava, ele não parava, ele não parava. Eu não sabia quanto tempo estávamos presos naquela situação em que apenas me encolhia a cada palavra dita por ele, mas tinha a sensação que fazia pouco tempo que entramos no meu apartamento, após sermos dispensados pelo Senhor Saito, meu sogro que decidiu me liberar por conta que praticamente fui atacada duas vezes por criminosos potencialmente perigosos e um desses ataques, quase tive um ataque de pânico. Eu esperava que Lee me desse um tempo antes de começar com seus gritos cheios de veneno, só queria alguns minutos para respirar e me dar conta que poderia contornar toda a situação que me encontrava naquele momento junto de Asuka. Mas claro que aquilo era demais, era demais... Era exigir demais, pedir demais.

Me encolhi ao ouvi-lo acertar um soco na parede mais próxima, lágrimas já escorriam por meu rosto. Eu só queria um tempo...

─ Quero você longe daquela vadia desgraçada!─ Gritou ele. Algo foi jogado contra a parede, muito perto de mim, o suficiente para que eu sentisse os cacos de vidro atingir minha pele mas não ao ponto de perfurar. Enfiei minha cabeça entre os joelhos, tentando abafar os barulhos e gritos. O que foi um erro, eu deveria ter ido me prender no banheiro como as outras vezes.

─ Você está me ouvindo, Junko?

Meus cabelos foram puxados com força ao ponto de me fazer ver vermelho. Acho que gritei, não sei... Não, talvez eu tenha apagado, assim que ele me largou e minha cabeça atingiu o piso. Pisquei os olhos, confusa com o que estava acontecendo ao meu redor. Meu rosto estava molhado, não com as minhas lágrimas mas com as lágrimas de Lee que estava debruçado sobre mim, seus olhos deixavam claro que a raiva havia se passado finalmente e o que restou foi apenas arrependimento.

Forcei um sorriso para ele, puxando-o para meu corpo, em um abraço um pouco torto. Suspirei, sentindo dor se espalhar não só por meu corpo mas como meu coração ao vê-lo daquela forma, ao nos ver daquela forma mais uma vez...

A primeira vez que aquilo ocorreu, eu não sabia o que sentir. Meu coração doía, eu estava completamente confusa e não sabia como lidar com tudo aquilo. Eu era só... Uma garota terrivelmente apaixonada por alguém que acabara de agredi-la. Minha mente me dizia bem alto e claro o que eu deveria fazer. Eu deveria denunciá-lo ou pelo menos, fazê-lo pagar por aquilo mas a maneira que ele me abraçou, implorou por perdão enquanto me beijava daquele jeito doce.... Aquilo tudo me fez pensar que aquilo era um momento isolado, algo criado por minha culpa, já que eu que havia pressionado demais para saber sobre uma garota que dava em cima dele quando ainda estávamos na faculdade. Mas não foi um momento isolado e eu tinha que confessar que todas as vezes que a raiva chegava a cegar Lee era minha culpa.

Daquela vez, também foi minha culpa. Eu que não soube impedir Asuka de dar um tapa em seu rosto. Não pude protegê-lo... E fui punida por isso e está tudo bem, tudo bem, finalmente está tudo bem...

Sinners • Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora