☪ . ☆ TWENTY NINE ☆ . ☪

91 12 10
                                    

Não sei dizer o porque ainda estava viva, sinceramente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Não sei dizer o porque ainda estava viva, sinceramente. Era difícil respirar e talvez minha costela tivesse quebrado em algum momento daquela noite maldita. Nem mesmo implorar de forma ridícula tinha sido o suficiente para fazer ele parar, nem mesmo dizer que eu faria qualquer porra que fosse, que me casava, que, sei lá, ficaria ali naquela porra de quarto para o resto da vida. Meu pai nem me escutou, e talvez também tenha ignorado completamente meus gritos de dor enquanto eu sentia o couro chocando nas minhas costas e seu punho contra meus ossos. E é claro que não só ele ignorou como minha mãe também ignorou, como a puta desgraçada que ela era.

Se eu conseguisse me mexer, se conseguisse sair daquele chão, eu teria matado os dois. Sem nem pensar muito, teria matado os dois. Ou pulado da janela, não sei dizer ainda. O primeiro que viesse a mente.

Não sabia que horas eram, mas devia ser de madrugada. Deviam ter se passado duas horas desde que parei de apanhar, mas isso não importava, porque eu não conseguia sequer me mexer. Um hora apanhando sem parar, e eu ainda não tinha sido sortuda o suficiente para simplesmente apagar no meio do processo.

Eu odeio minha vida, simplesmente odeio, e agora já chega. Acho que cheguei ao meu limite. Não dá mais para lutar, não quando tudo o que eu faço é em vão, não quando sempre acabo parando aqui de novo, de volta a esse inferno, a essa porra de vida, onde ninguém viria me salvar.

Shiori era uma filha da puta desgraçada, e eu espero que ela se foda muito na vida e sofra em dobro. Eu um dia confiei nela, um dia a chamei de amiga, e ela não pensou nem duas vezes antes de me foder, sabendo o que aconteceria comigo no momento em que meu pai colocasse as mãos em mim. Ela e Kazume podiam ir pra puta que pariu se foderem, os dois se mereciam, eram dois merdas do caralho. Preferia a morte do que um dia casar com ele, preferia a morte a voltar a estar perto dessa imbecil do caralho.

Fechei os olhos com força, tentando conter as lágrimas de dor e raiva que encheram meus olhos. Contive um soluço, apenas porque sabia que isso ia fazer uma onda de dor me preencher novamente.

A porta do quarto se abriu e eu senti meu coração disparar. Escutei quando ela foi trancada logo em seguida. Porra, de novo isso não, de novo não!

Meu coração estava batendo na garganta de novo e eu não conseguia sequer me virar para olhar. Mas também não precisei quando senti a mão de minha mãe percorrer meu cabelo todo picotado e horrível, um soluço saindo de sua boca.

Ela não tinha esse direito; Não quando passou a vida toda vendo meu pai fazer isso comigo sem fazer nada a respeito. Ela não tinha o direito de chorar agora!

-Vamos, Asuka. - ela disse num susurro, me puxando para cima, e eu tive que conter a vontade de chorar quando uma mão dela deslizou e apertou minhas costas. Não, eu acabei chorando mesmo, a dor que me invadiu foi forte demais para conseguir conter.

No segundo seguinte, eu tinha caído de bruços na cama. E estava tremendo, tremendo de tanta dor que sentia, de tão fodida que eu estava.

-Vou limpar suas costas.- ela disse num sussurro e eu me virei, apenas o suficiente para a olhar com raiva.

Sinners • Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora