As vidas de Aya Takahashi e Asuka Nakamura não eram, nem de perto, parecidas. Enquanto Aya lutava para sobreviver aos traumas do passado que insistiam em ainda atormenta-la, Asuka buscava, a todo custo, esconder quem ela era de verdade, em uma tenta...
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Eu estava estressada, mas se Aya não quer me responder, ela que vá se foder também. Sim, eu estava puta, extremamente puta com ela por agir dessa forma, como se eu significasse um monte de bosta nenhuma pra ela. Apenas precisava me dizer que estava bem, porra! Ia custar apenas fazer isso? Mas eu que me foda também por me importar dessa forma com ela quando ela claramente tá é pouco se fudendo pra mim. Tudo bem, sim, eu estava puta pra um caralho e queria muito surtar com alguém.
Era ainda pior depois da merda do caralho de dia que eu tinha tido graças a toda a porrada de coisas que tive que fazer e tentar refazer já que o incêndio tinha estragado muito coisa. Pelo menos minha pesquisa tinha ficado salva e eu nunca agradeci tanto por existir backup na minha vida!
Cheguei em casa querendo simplesmente cair na cama e morrer, mas percebi que isso demoraria um pouco para acontecer quando encontrei Koji na porta da minha casa. Eu franzi o cenho para ele antes de o puxar para um abraço apertado que ele retribuiu antes de entrarmos dentro de casa.
-O que aconteceu? Tá tudo bem?- eu perguntei confusa e Koji suspirou, passando a mão pelos cabelos escuros. -Brigou com a Daisy?
-Não, claro que não.- ele disse torcendo o nariz e eu dei risada. -Na verdade eu vim falar com você.
Ah, eu conhecia bem aquela cara dele e já sabia muito bem o que ele iria me dizer antes mesmo de dizer. E claro que já sabia que iriamos discutir, porque claro que ele ia vir com aquele papo que eu tinha que deixar o Japão mais uma vez.
-Seu chefe me procurou hoje.- Koji soltou, me encarando. Eu apenas cruzei os braços, arqueando uma sobrancelha, esperando que ele continuasse. -Asuka, você sabe que esse incêndio foi criminoso! Queriam você morta! Esse lugar não é seguro pra você, nem para a Violeta.
-Sinceramente, Koji, não venha aqui apenas para me dizer o que eu devo ou não fa...- comecei, mas claro que Koji não ia deixar eu terminar de falar antes de me cortar.
-Porra, Asuka! Você vai mesmo arriscar sua vida por causa de um criminoso que já te abandonou antes? Caralho!- ele disse com irritação e, apesar de tudo, escutar isso ainda era como levar um soco no estômago. Fiquei quieta e Koji deve ter notado que tinha falado merda, porque abriu a boca algumas vezes, mas nada saiu. -Asuka, eu...
-Não diga nada, Koji. Sinceramente, se você veio aqui para...- eu comecei, realmente preparada para brigar com ele, mas a campainha fez eu me calar.
Por um segundo, Koji e eu apenas nos encaramos. Mas a campainha tocou de novo e eu bufei, caminhando em direção a porta e a abrindo com tudo, sem nem pensar duas vezes. E desejei ter pelo menos olhado antes de fazer isso.
Senti como se todo o ar dos meus pulmões tivesse sumido quando meus olhos se encontraram com aqueles olhos âmbar, iguais aos meis. O cabelo preto estava bagunçado e o sorriso cruel era inconfundivel. Automaticamente, dei um passo para trás, sentindo meu coração bater loucamente dentro do peito.
