Foi difícil sair da cama na manhã seguinte para ir trabalhar, ainda mais quando eu estava tão terrivelmente preocupada com Aya. Ela queria falar com o desgraçado do Lee, e, sinceramente? Eu estava com medo do que ele poderia fazer com ela caso Aya decidisse dar um basta, de uma vez por todas, nessa merda de relacionamento do caralho. Isso se é que dá para chamar o que eles tem de relacionamento. Para mim, é bem claro o quão tóxico e nojento Lee consegue ser. O que assusta mais que tudo é ele saber todos os pontos fracos de Aya e conseguir a manipular perfeitamente para que ela faça o que ele quer. E às vezes... Às vezes penso que talvez Aya tenha se perdido dentro de si mesma. E que alguém precise trazer ela de volta. E, se não pode ser eu, se eu não consigo fazer isso...
Respirei fundo, olhando a mensagem que tinha acabado de enviar, tentando sentir algum tipo de arrependimento por estar me metendo demais nessa situação toda, tentando sentir medo de Aya me odiar por isso, mas não senti nada. Senti, na verdade, foi alívio em saber que pelo menos Lee não teria a chance de machucar Aya sem se fuder no processo.
"Sei que essa sua vida de bandidagem deve ser realmente ocupada pra caralho, mas quero que faça algo por mim, Ran, e que pelo menos uma vez nessa sua vida desgraçada não foda com tudo. Estou preocupada com Aya. Acho que ela tá indo no hospital falar com aquele puto do Lee, e não sei o que ele é capaz de fazer com ela, mas não espero coisas boas saindo desse encontro. Estou com um péssimo pressentimento sobre isso. Então, já que você provavelmente tá ai atrás do seu chefe como a cadela que você é, fica de olho na Aya. Por favor. E não foda com tudo, Haitani."
Dei um longo e pesado suspiro antes de voltar a enfiar o celular na bolsa, analisando Violeta que terminava de escovar os dentes depois do café da manhã. Claro que ela tinha acordado super feliz pelo simples fato de Koji estar aqui, foi como se ter seus dois "pais" na vida dela tivesse ligado uma luz dentro de Violeta. Mal sabia ela que os dois se odiavam, cada um por um motivo diferente.
Violeta puxou a mochila que estava no chão e veio até mim, agarrando minha mão e dando um imenso sorriso. Eu dei risada, acariciando de leve a bochecha dela.
-Vamos?- eu disse e ela assentiu enquanto caminhávamos até a porta. Assim que abri, soltei um grito, meu coração indo parar na garganta. Rindou me olhou daquele jeito terrivelmente irritante, como se eu fosse estúpida, e Violeta não pensou nem duas vezes antes de abraçar ele. -Caramba, Rindou, porque você tem que ser tão esquisito? Quer me matar do coração?
-Você que tá toda assustadinha.- ele disse torcendo o nariz, bagunçando os cabelos de Violeta, que riu, e me fazendo soltar uma careta.
-Porque tá aqui tão cedo?- eu disse arqueando a sobrancelha, saindo e trancando a porta atrás de nós. Ele deu de ombros. Violeta segurou a mão dele antes de esticar a outra e segurar a minha. Pisquei os olhos. Desse jeito, a gente até parecia uma família. E, sim, eu tirei rapidamente esse pensamento da minha mente.
-Você tá indo pra escola?- Rindou perguntou olhando Violeta e ela deu um sorriso para ele antes de negar.
-Escola é só de tarde, eu tô indo pra casa da vovó. - ela disse. Rindou piscou os olhos lentamente antes de me encarar, esperando por uma resposta. Eu fiz uma careta.
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Sinners • Tokyo Revengers
FanfictionAs vidas de Aya Takahashi e Asuka Nakamura não eram, nem de perto, parecidas. Enquanto Aya lutava para sobreviver aos traumas do passado que insistiam em ainda atormenta-la, Asuka buscava, a todo custo, esconder quem ela era de verdade, em uma tenta...