☪ . ☆ FIFTY EIGHT ☆ . ☪

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Um peso do caralho

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Um peso do caralho.

No fim das contas, Akira não esteve tão errado assim, afinal! E eu sentia raiva, raiva porque era a verdade; era apenas a única coisa que viam em mim quando me olhavam, e eu já estava tão, tão cansada disso. Fiquei parada por um bom, bom tempo depois que Aya saiu. E, sinceramente? Aya tinha razão quando me disse que eu não deveria deixar Londres. Tinha bastante certeza disso agora. Eu deveria ter voltado para casa, deveria ter voltado para casa antes de tudo isso ter acontecido, e agora... Bem, era tarde demais para apagar tudo o que tinha acontecido comigo, tudo o que estava quebrado, mas não era tarde demais para ir embora.

E era exatamente isso que eu ia fazer, ah, definitivamente.

Tudo bem, eu ainda estava completamente na merda, mas não pensei muito antes de caçar o quarto onde Violeta estava ali naquela casa do caralho. Foi difícil de achar, mas quando achei minha filha, foi como se uma parte do peso que estava ameaçando me esmagar sumisse. E eu senti vontade de chorar enquanto ia até ela e me deitava ao lado de Violeta.

Eu nem mesmo me importava que fosse duas da manhã e ela estivesse acordada, tudo o que eu precisava era abraça-la, algo que fiz com força. Violeta choramingou comigo, reclamando que eu tinha sumido, e eu não tive coragem de encara-la por um tempo. Apenas acariciei seus cabelos loiros, beijando com calma sua cabeça.

-Você ainda quer voltar pra casa, Vi?- eu disse num sussurro e ela se afastou de mim para me olhar com aqueles olhos roxos. Ela fez um biquinho para mim, mas assentiu. -Então vamos voltar pra casa.

-Mas não quero ir sem a nossa família. - ela disse, me fazendo piscar os olhos.

Nossa família. Que porra isso sequer significava, afinal? Quem deveria ser a nossa família? Porque tudo o que eu sentia, era um buraco dentro de mim.

Ainda assim, não disse nada para Violeta, apenas assenti e fiquei com ela até que Violeta dormisse de vez.

Eu provavelmente deveria ficar ali com ela, mas estava com cheiro de cloro, e precisava de uma roupa mais confortável.

Me perdi nos corredores enquanto buscava o quarto de Rindou, apenas rezando para que ele não estivesse lá. Tudo o que eu menos queria era ter que dar de cara com ele, porque com a raiva que eu estava sentindo dentro de mim... Eu provavelmente não conseguiria resolver as coisas com ele.

Ter quebrado o espelho foi ótimo, porque assim não tive que me olhar e constatar que eu estava na merda. E não tive que ver aquela cicatriz no meu rosto, como se já não bastassem as outras. Passar os dedos pela pele do meu corpo apenas me trazia mais e mais ódio, vontade de sumir, desaparecer. Achei que eu pudesse lidar com as cicatrizes, porque eu tinha várias; mas dessa vez... Era completamente diferente. E eu percebi que, não; não, eu não podia lidar com isso.

Sinners • Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora