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Respirar se tornou insuportável quando aqueles olhos roxos de Rindou caíram sobre mim

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Respirar se tornou insuportável quando aqueles olhos roxos de Rindou caíram sobre mim. Já era difícil respirar apenas de estar presenciando aquela cena, mas era ainda pior quando o olhar frio como gelo dele estava praticamente me engolindo. Ir embora, eu precisava pegar Violeta, arrancar ela de Rindou, e ir embora, não só dali, mas como do Japão também. Tudo bem, eu não dava a mínima para minha carreira, eu trocaria de nome e país se isso fosse o suficiente para manter minha filha longe dele, mas... Isso seria justo com Violeta, que já parecia tão feliz sendo que tinha acabado de conhecer Rindou? Seria justo com ele, que já parecia ter um carinho por ela que eu sequer era capaz de entender? E seria justo comigo, que passei todos esses anos impedindo Violeta de ter um pai porque o pai dela era esse maldito desgraçado que eu nunca, jamais, tinha esquecido, nem por um segundo sequer?

Eu estava tremendo e tive que me apoiar no carro para não cair no chão de uma vez. Estava bem ciente do olhar de Violeta e o de Rindou sobre mim, e foi ainda mais insuportável olhar para ambos e constatar que estavam com a porra da mesma expressão. Deus, eu queria chorar. Não, eu estava chorando já.

Sequer sabia o que sentir; se sentia medo por não saber mais quem Rindou era e saber que estava fodida porque nunca mais conseguiria fugir dele. Se sentia tristeza por saber que eu era a culpada por ele nunca ter conhecido a filha e Violeta nunca ter conhecido o pai. Ou se eu sentia vontade de vomitar porque eles eram tão iguais que machucava.

-Pelo amor de Deus, Nakamura.- Rindou resmungou, agarrando meu braço, e não nego que soltei um grito, arregalando os olhos. Ele me olhou e olhou antes de torcer o nariz. -Quer parar com isso, Asuka?

Não sabia se chorava de medo dele ou enfiava um tapa em Rindou porque ele estava me olhando daquele jeito irritante que costumava fazer quando queria dizer que eu era uma imbecil da porra, aquele olhar como se ele fosse muito melhor que eu.

Ergui a cabeça, meus olhos encontrando com os dele. Eu estava tão perto de Rindou agora; por um segundo, foi como se nada tivesse mudado entre nós, como se dez anos não tivessem se passado. Mas aí, aquele brilho nos olhos dele se apagou e Rindou voltou a ficar frio, me largando e se afastando, Violeta ainda grudada em seu pescoço.

Eu não sabia o que sentir, o que fazer,  o que falar. Sim, eu estava petrificada, em choque. Nem mesmo em mil anos eu pensei que fosse ter que passar por essa merda, ainda mais logo agora.

-Mamãe, ele pode jantar com a gente?- Violeta perguntou, me encarando com os olhos roxos. Porra, sério, eu queria desaparecer dali, daquele momento. Rindou me olhou e piscou os olhos, lentamente, esperando uma resposta.

E eu tinha o direito de negar uma coisa dessas, afinal? Não importava o quanto eu tentasse fugir dele agora; não daria certo. Eu não poderia mais fugir de Rindou.

-Tudo bem.- eu disse num sussurro, dando um passo na direção deles e puxando Violeta para meu colo. Minhas mãos ainda estavam tremendo enquanto tentava puxar a chave do meu bolso para abrir o carro. Claro que essa merda tinha que cair no chão.

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