Certo. Tudo estava meio confuso e meio merda agora, mas não hesitei antes de agarrar a mão da garota e a puxar na direção da boate. Estava óbvio que ela estava tendo um dia de merda do caralho, e eu entendia bem de dias de merda. E depois de tudo o que tinha acontecido naquele beco, eu não podia deixar ela sozinha, certo? Era errado. Eu podia ser maluca, mas não era uma vaca desgraçada. Subitamente, me senti até mais sóbria conforme entrava na boate novamente, ignorando o olhar confuso de Hiroki e puxando a garota até a salinha dos funcionários.
-Senta aí. - eu mandei, apontando para um banco. A garota apenas suspirou, mas fez o que eu disse, e eu não demorei muito antes de atirar uma toalha limpa para que ela pudesse tirar aquela gosma nojenta que tinha ficado agarrada a seu rosto bonito e ao cabelo curto.
Não demorei muito para achar a caixa de primeiros socorros que Hiroki deixava ali para caso algo acontecesse. Geralmente eu usava muito aquela merda, porque as vezes tinham brigas e copos quebrados, então restava para mim limpar os cacos de vidro. E do jeito que sou uma puta desastrada, sempre acabava me cortando com o vidro. Então eu sabia bem fazer um curativo.
A garota não disse nada quando parei a sua frente, puxando seu rosto delicadamente para que ela me olhasse e eu pudesse limpar os cortes em seu rosto com algodão e álcool. Ela fez uma careta de dor quando o produto atingiu sua bochecha, mas não disse nada enquanto eu cuidava daquilo.
-Então. - eu comecei, tentando fazer aquilo da melhor forma possível. A garota me olhou, esperando que eu, sei lá, começasse a perguntar sobre o que tinha acontecido. Mas eu não era esse tipo de pessoa; se ela quisesse me contar, bem, beleza, mas eu não tinha direito algum de pressionar ela para saber o porque aquelas pessoas estavam atrás dela. -Qual seu nome?
Ela piscou, parecendo surpresa por essa ter sido minha pergunta e levemente confusa. A garota me olhou por um tempo, parecendo analisar se deveria ou não confiar seu nome a mim, e, depois de ela ter tomado um pau, eu não a julgava por isso.
-Aya.- ela disse, por fim. -Meu nome é Aya.
-Nome bonito.- eu disse e ela deu de ombros. -Eu podia dizer que nem a dona, mas você deixou claro que não gosta da coisa, então vou cortar as cantadas ruins.
Ela deu uma risada fraca e depois fez uma careta de dor, o que me fez rir um pouco, mesmo que eu tivesse recebido um olhar assassino por isso.
-E você?- ela perguntou. Eu suspirei.
-Me chamo Asuka. - eu disse dando de ombros, colocando esparadrapo em alguns cortes na bochecha dela. -Eu tenho uma roupa nas minhas coisas, se você quiser. Tá meio péssima, sinceramente.
-Filha da puta.- ela resmungou, o que me fez rir. Fui até meu armário, o abrindo e tirando de lá a roupa reserva que eu deixava, não hesitando antes de jogar para a garota. Ela parecia ter mais ou menos o mesmo tamanho que eu. Talvez um pouco mais magra, mas não importava. -Tem um banheiro ali do lado que você pode usar.
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Sinners • Tokyo Revengers
FanfictionAs vidas de Aya Takahashi e Asuka Nakamura não eram, nem de perto, parecidas. Enquanto Aya lutava para sobreviver aos traumas do passado que insistiam em ainda atormenta-la, Asuka buscava, a todo custo, esconder quem ela era de verdade, em uma tenta...