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DEZ ANOS DEPOIS

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DEZ ANOS DEPOIS.

Tudo bem, eu não estou nem um pouco bem hoje e isso estava bem claro em meu rosto. Vinte-e-quatro horas dentro daquele hospital, entre cirurgias e dando diagnósticos para as mais variadas pessoas, além do estresse costumeiro que dominava o hospital quando a noite caía. Bufei, levemente irritadiça, levando minhas mãos juntas em forma de concha cheias de água até meu rosto e molhando minha tez. Não demorei muito para pegar uma toalha e a pressionar contra meu rosto para secá-lo enquanto meus olhos se focavam no relógio em meu pulso.

Certo, só mais algumas horas e eu poderia ir embora. Finalmente, estaria livre para uma longa noite de sono e... A porra do meu celular tá tocando. Revirei meus olhos, já sabendo quem estaria me ligando naquela hora.

─ Você vai?─ Foi a primeira coisa que ele me perguntou quando atendi a ligação, segurei minha vontade de fingir demência e bufei novamente.

─ Hakkai, eu já disse que não.─ Falei. Me afastando da pia, largando a toalha e pronta para ameaçar aquele imbecil. Não sei como fiz amizade com Hakkai mas ali estávamos nós e eu estava feliz com isso, já que Asuka estava em Londres, vivendo sua vida como sempre quis e com sua adorável filha. E só de pensar nas duas....

─ Como não? A Hinata adorava você e o Takemichi não para de falar de você, tem que ir para o casamento deles.─ Suspirei, fitando a parede em minha frente. O quanto de força seria boa para me apagar completamente? Tudo só para não ouvir mais Hakkai falando sobre aquilo.

─ Hakkai, eu...

Meu rosto se franziu com confusão ao observar a figura que adentrava no banheiro feminino. Mal pude abrir a boca antes de sentir seus lábios contra os meus, seus dedos retiraram o celular de meu ouvido, desligando a ligação e me puxando para perto. Pisquei os olhos, empurrando seu torso levemente para longe. Ele riu, abraçando meu corpo com força e depositando um beijo em meu pescoço.

─ Estava com saudades.─ Disse ele. Lee fitou meu rosto. Lee, neurocirurgião e meu futuro marido, de acordo com o caminho que estávamos trilhando. O homem riu, e beijou meu nariz.

─ Não faça essa carinha emburrada, bolinho.

Revirei os olhos, empurrando seu ombro.

─ Não me chame de bolinho.─ Falei.─ E você não deveria estar aqui, é o banheiro feminino, Lee.

─ Ah, bolinho, não faça isso assim.─ Ele apertou uma de minhas bochechas e foi necessário muito para que eu não o socasse, mas me contentei em afastá-lo do meu corpo enquanto praticamente corri para a porta, saindo do banheiro entre passos rápidos e claro que Lee me seguiu.

─ Você está estranha hoje.

Me virei para Lee com um bufo irritadiço, passando as mãos por meus cabelos, os puxando com levemente.

─ Eu tô estressada, Lee. Estou cansada, e é isso.─ Respondi. Ele balançou a cabeça, negando minhas palavras.

─ Não, você sempre fica assim quando recebe aqueles presentes misteriosos.─ Franzi o cenho e recuei alguns passos, completamente confusa com suas palavras. Ah, não. Isso não...

─ Eu não vou discutir sobre isso com você mais uma vez.─ Grunhi, lhe dando as costas e começando a andar pelos corredores, ignorando o único chamado de Lee. Suspirei, fitando o objeto em meu pulso, mais uma vez e toquei a faixa de couro do relógio.

Está tudo bem, estou vivendo meu sonho do jeito que sempre desejei e da maneira que você quis que eu quisesse. Está tudo bem. Está tudo bem, mesmo que você nunca jamais fosse ficar ao meu lado. Está tudo bem e...

─ Doutora Junko?─ Me virei, sorrindo para a enfermeira simpática que se aproximou, assim que notou que eu estava prestando atenção em suas palavras.

─ A Senhora Kyara está precisando de sua presença.

Balancei minha cabeça, estendendo a mão e pegando a prancheta em uma de suas mãos, por isso que li as informações impressas nas folhas antes de começar meu caminho na direção do quarto da minha paciente.

Seguindo meu sonho da maneira que eu prometi, é isso que estou fazendo.

Seguindo meu sonho da maneira que eu prometi, é isso que estou fazendo

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Sinners • Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora