☪ . ☆ THIRTY EIGHT ☆ . ☪

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Minha garganta estava em chamas

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Minha garganta estava em chamas. Era difícil respirar e parecia que meus pulmões estavam queimando enquanto eu respirava. E dor; eu senti muita, muita dor. Dor no meu abdômen e dor no meu braço esquerdo, uma dor que eu não era nem capaz de descrever. Foi difícil abrir os olhos e, assim que fiz isso, a primeira coisa que enxerguei foi um teto branco. Certo... Tinha algo no meu rosto, me auxiliando a respirar e eu o puxei para baixo. Péssima ideia; no segundo que fiz isso, se tornou ainda mais insuportável respirar, por isso tratei de colocar aquela merda de volta.

Eu pisquei os olhos lentamente, tentando entender o porque eu estava ali, o que tinha acontecido comigo, porque eu estava tão lenta e com tanta dor. Meu peito doía como o inferno naquele momento. Mas não era só isso; olhando meu braço esquerdo, percebi o que doía tanto. Estava queimado, uma boa parte queimada e cheio de pomada. Merda do caralho! Deveria ser uma queimadura de terceiro grau e, puta merda, isso doía mais do que qualquer coisa no mundo e sabia que a tendência era piorar. Estava bem ciente de que ficaria uma cicatriz do caralho quando aquilo melhorasse, mas, quer saber? Não importa; porque eu sabia que quase tinha morrido, não sabia sequer como estava viva. Mas eu tinha sobrevivido, tinha conseguido sair dessa, e era isso que importava.

Pisquei os olhos lentamente e franzi o cenho. Violeta; onde estava a minha filha?

Merda, merda e merda! E se a pessoa que tentou me matar fosse atrás dela? E se minha filha estivesse correndo perigo de vida enquanto eu estava aqui, nessa merda de hospital? Eu precisava chegar até ela, precisava descobrindo onde diabos Violeta estava!

Senti meu coração ir parar na garganta a medida que tentava me levantar e tive que reprimir um grito quando meu abdômen se contorceu e uma onda de dor me atingiu com tanta força que achei que ia desmaiar. Respirei com ainda mais dificuldade, tentando arrancar a agulha que levava aquele remédio que estava entrando pelas minhas veias.

Tudo bem, eu precisava me manter calma, precisa respirar fundo e me concentrar, pensar em uma forma de sair dali, de ir atrás de Violeta.

Nem mesmo percebi que tinha começado a chorar de tanto desespero, pensando no como talvez minha filha estivesse em perigo. Mas ela estaria segura, certo? Rindou não deixaria nada acontecer com Violeta, não é?

Ah, Deus, ah, Deus. Que péssimo momento para ficar enfiada em uma cama de hospital, incapaz de sequer me mover, incapaz de respirar!

Eu estava bem perto de entrar em um colapso de nervoso e desespero quando a porta do quarto abriu com tudo, até mesmo me assustando um pouco. Meus olhos se encontraram com olhos roxos que me encaravam com pura preocupação e, sim, talvez eu tenha começado a chorar um pouco mais enquanto Rindou vinha até mim, me puxando para seus braços com calma. Eu não pensei nem mesmo duas vezes antes de me agarrar a ele, o apertando com toda minha força, tremendo um pouco.

-A Violeta, cadê ela?- eu perguntei, minha voz rasgando a garganta. Falar era insuportavelmente difícil e eu tossi, tossi tanto que até engasguei, o que apenas fez com que ele me olhasse com ainda mais preocupação, parecendo bem perto de sair dali e, sei lá, chamar alguém.

-Ela está bem, Asuka, tá com o Koji. - Rindou disse se afastando para me olhar com mais atenção e eu pisquei os olhos, deixando lágrimas de alívio escaparem.

Os olhos de Rindou ficaram escuros de ódio conforme ele analisava meu estado e, mesmo que aquele ódio não fosse direcionado para mim, eu estremeci mesmo assim. Porque sabia que quando ele descobrisse quem tinha feito isso comigo, essa pessoa estaria muito, muito morta mesmo.

-Rindou, alguém tentou me matar.- eu disse, me agarrando a camiseta dele e piscando os olhos com força. Rindou se aproximou mais de mim, passando a mão pelas minhas costas em uma tentativa de me acalmar. Eu deixei que minha testa encostasse contra o ombro dele, tentando respirar, mas era difícil. Difícil pelo tanto de fumaça que eu tinha inalado e difícil por toda essa situação esmagadora.

-Eu sei.- ele disse, a voz baixa e letal. -Takahashi me ligou. Sanzu me contou tudo o que aconteceu.

Eu me afastei dele para o encarar. Eu tinha até mesmo me esquecido desse imbecil do caralho. E, afinal, que porra ele tava fazendo lá? Rindou deve ter notado minha cara feia, pois ele soltou um suspiro e levou a mão até meus cabelos.

-Sei o que está pensando, e não foi ele, Asuka.- Rindou disse arqueando a sobrancelha e eu apenas o olhei.

-Como você sabe?- eu falei com dificuldade e sabia que aquilo só fazia Rindou querer mais e mais matar alguém.

-Porque ele te salvaria se te quisesse morta?- ele disse me olhando e, bem, isso fazia sentido. -Ele foi lá porque eu mandei ele ir te pedir desculpas.

Se eu não tivesse na merda e toda fodida, teria dado risada por aquilo. Meu Deus, como Rindou era sem noção. O pior era pensar que Sanzu tinha mesmo ido fazer exatamente isso!

-Quem fez isso com você?- Rindou disse num sussurro, segurando meu rosto com delicadeza e eu pisquei os olhos para afastar a vontade de chorar enquanto balançava a cabeça.

Porque, a verdade, é que eu não sabia. Não fazia a menor ideia de quem seria tão ruim, tão podre ao ponto de me atacar daquela forma, ao ponto de colocar fogo no prédio inteiro, arriscando não só minha vida, mas como a vida das milhares de pessoas que estavam naquele prédio. Quem seria tão, tão ruim ao ponto de tentar me matar dessa forma: queimada. Em completa dor e agonia.

-Vou matar essa pessoa.- Rindou disse e eu não tinha dúvidas que era exatamente isso o que ele faria.

-Cadê a Aya?- eu disse, minha voz saindo completamente fraca. Estava com tanta, tanta dor, me sentindo tão, tão fraca. Rindou me olhou, parecendo muito mais preocupado.

-Eu não achei a Takahashi, então Kakucho foi procurar ela.- ele disse e eu assenti.

Deixei minha testa encostar contra o ombro dele de novo e fechei os olhos enquanto Rindou acariciava de leve meu cabelo. Tudo estava uma merda; eu estava mal, com dor, e sequer conseguia respirar direito. E tinha alguém me querendo morta.

A questão era: quem?

A questão era: quem?

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Sinners • Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora