As vidas de Aya Takahashi e Asuka Nakamura não eram, nem de perto, parecidas. Enquanto Aya lutava para sobreviver aos traumas do passado que insistiam em ainda atormenta-la, Asuka buscava, a todo custo, esconder quem ela era de verdade, em uma tenta...
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A primeira coisa que fiz quando abri os olhos foi gemer de dor. Minha cabeça estava explodindo e eu me sentia exausta pelas noites trabalhando. E ontem ainda ameacei um babaca com um caco de vidro por ter vindo cheio de graça pra cima de mim, o que só piorou ainda mais minha noite maldita. Sinceramente, parecia que tudo estava indo de mal a pior na minha vida desgraçada e eu só queria paz. Deus, é pedir demais por um pouquinho disso, um pouquinho de tranquilidade? O que eu tinha feito de tão merda para minha vida ser essa porra desgraçada?
Eu praticamente me arrastei para fora da cama, resmungando com irritação enquanto tentava dar um jeito no meu cabelo completamente bagunçado.
Se fosse ser sincera mesmo, ainda estava puta da vida com Rindou por ser um merda do caralho. Sim, fazia uns dias que eu não olhava na cara dele, mas não significava que eu estava menos irritada. Ele que fosse se foder, sinceramente!
Puxei o celular de baixo do travesseiro e franzi o cenho ao perceber que Aya ainda não tinha me respondido. Tudo bem, ela tinha as merdas dela para lidar, sabia disso, mas estava começando a ficar um pouco preocupada com ela. Dei um longo e pesado suspiro.
Fiz uma careta quando olhei para janela e percebi que acabei dormindo a porra do dia inteiro e que já estava começando a ficar de noite. Merda, viu. Pelo menos era meu dia de folga e eu podia ficar em paz e mofando dentro de casa, sem porra nenhuma para fazer da vida.
Quando pensei nisso, como se invocado pelos meus pensamentos, meu celular começou a tocar. Pisquei os olhos e franzi o cenho confusa para o número desconhecido e pensei seriamente em ignorar, mas minha curiosidade foi maior. E fiquei surpresa quando descobri quem estava do outro lado da linha.
-Koji?- eu soltei antes de dar uma risada. -Achei que tivesse esquecido de mim. - provoquei, voltando a me arrastar para dentro dos cobertores e olhando para o teto.
-Como se isso sequer fosse possível. - ele disse e eu ri. -Tá ocupada agora?
-Sinceramente, não. - eu disse e Koji ficou em silêncio por um tempo, mas quando falou, sabia que estava sorrindo.
-Quer sair comigo?
Eu não tive que pensar muito antes de dar a ele uma resposta.
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