As vidas de Aya Takahashi e Asuka Nakamura não eram, nem de perto, parecidas. Enquanto Aya lutava para sobreviver aos traumas do passado que insistiam em ainda atormenta-la, Asuka buscava, a todo custo, esconder quem ela era de verdade, em uma tenta...
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Acordei assustada com o barulho da porta sendo aberta e uma tentativa de reprimir uma risada. Franzi o cenho, piscando os olhos lentamente, um pouco confusa com o braço ao redor de mim, me apertando contra alguém. Certo, tudo bem, esse alguém era Rindou, acabei de me lembrar desse detalhe. Novamente, pisquei os olhos, tentando acordar daquele sono profundo que nem mesmo percebi que tinha entrado. Foi quando me dei conta que a pessoa entrando por aquela porta, de madrugada, provavelmente era Aya.
-Que porra é essa?- Rindou resmungou no meu ouvido, não parecendo lá muito acordado. Eu me afastei dele, passando a mão pelo meu cabelo.
-Nada, fica quieto.- eu resmunguei e me estiquei para ligar o abajur. Apenas para dar de cara com Aya e, sim, ela deu um grito, então se Rindou estava dormindo antes, agora estava bem acordado, lançando um olhar de ódio para Aya. Olhei para minha melhor amiga e franzi o cenho.
-Você tá bêbada?- sim, eu quis dar um berro, mas lembrei de Violeta dormindo e apenas sibilei. -Que porra, Aya, eu preocupada pra porra com você e você tava enchendo a merda da cara de álcool?
-Ei, você não pode me julgar.- ela riu, apontando o dedo para minha cara. -Você era uma maldita bêbada.
-Sim, exato, quando eu tinha dezenove anos, sua babaca!- eu disse, atirando um travesseiro bem no meio da cara dela. Aya gritou de novo.
-Para de gritar, caralho!- Rindou disse com irritação, a fuzilando com o olhar. -Violeta tá dormindo, porra!
-Que merda esse merda tá fazendo aqui?- Aya perguntou, franzindo o cenho e piscando os olhos. Eu esfreguei os olhos com força. Aya me olhou e torceu o nariz. -Você perdoou ele? Meu Deus, Asuka, que burrice.
-Aya, chega com essa porra! Você quer mesmo falar de burrice, quer mesmo entrar nessa porra de assunto?- eu disse, realmente furiosa, indo até ela e a agarrando pelo braço. Aya fez uma careta. -Sua idiota, idiota do caralho, onde estava com a porra da cabeça?
Aya me olhou e olhou e eu não tinha muita certeza que ela estava entendendo o que eu estava gritando em sua cara. Deus, o que eu fiz de tão ruim pra merecer uma porra dessas?
-Ela tá completamente bêbada. - Rindou soltou e eu me virei para o encarar.
-Nossa, Rindou, como você é inteligente! - eu disse, cheia de sarcasmo, e ele torceu o nariz. -Consigo ver que ela tá bêbada, porra.
-Você voltou com ele?- Aya perguntou me encarando, afundando o indicador na minha bochecha. Eu não ousei abrir a boca e ela riu. -Violeta deve estar feliz. Já você, não vai ficar muito, Asuka.
-Que porra você quer dizer com isso?- Rindou rosnou, parecendo bem perto de vir até nós, mas o olhei feio e ele ficou quieto.
-Como se vocês, Haitani, soubessem amar alguém de verdade. Tudo o que vocês sabem fazer é machucar, e isso fazem muito bem!- Aya disse abrindo um sorriso nada caloroso para Rindou. Rindou olhou para ela e revirou os olhos, dando um longo e pesado suspiro.
