As vidas de Aya Takahashi e Asuka Nakamura não eram, nem de perto, parecidas. Enquanto Aya lutava para sobreviver aos traumas do passado que insistiam em ainda atormenta-la, Asuka buscava, a todo custo, esconder quem ela era de verdade, em uma tenta...
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Tive uma noite de merda. E não por conta da preocupação em relação a Aya, porque Ran tinha me garantido que ela estava bem e que estava com ele, o que bizarramente me deixava sim mil vezes mais tranquila, a começar pelo incrível detalhe que Ran nunca, jamais machucaria Aya. Pelo menos não da forma como o arrombado do Lee fez e, sim, eu espero que Ran tenha quebrado a cara dele. Não sei o que aconteceu porque Ran só disse o básico do básico, mas conhecendo bem o Haitani, sei que Lee não se livrou de tomar umas porradas muito merecidas.
Minha noite foi uma merda pelo incrível detalhe que não conseguia parar de pensar na boca de Rindou contra a minha. Caralho, se eu soubesse que teria me fodido o restante do dia pensando nisso, não teria beijado esse desgraçado! E estar completamente sozinha em casa não ajudava em nada, porque era ainda mais tempo para ficar pensando na língua dele contra a minha.
Merda. Sabia que devia ter ido buscar Violeta na casa da minha mãe, mas se eu visse Violeta ontem, eu ia mata-la. Pelo incrível fato que ela conseguiu tomar advertência na primeira semana de aula por ter mordido uma colega de sala que estava a irritando. Por Deus, o que eu fiz pra merecer isso? E nem Koji e Daisy estavam aqui para que eu reclamasse da porra da vida já que os pais de Koji basicamente obrigaram os dois a se hospedarem na casa deles. Me deixando completamente solitária nessa merda de casa, pensando em Rindou e fervilhando de tanta raiva graças a Sanzu por ser um merda do caralho.
Grunhi irritada, chutando os lençóis e me levantando. Era ainda mais merda porque ficaria o dia sem trabalhar já que tinha dado alguma merda no laboratório e me pediram para ficar em casa. Simplesmente sensacional. Ficaria sozinha nessa merda até o horário de buscar Violeta na escola, e ainda tinha que pensar na bronca que daria nela por ter um comportamento de merda. Mas o que eu esperava, não é mesmo? O pai dela é um sádico do caralho! Talvez isso seja genético! Talvez minha filha esteja destinada a se tornar uma versão piorada de Rindou, e eu não vou aceitar uma desgraça dessas nem fodendo. Eu certamente morro antes disso acontecer.
Café, era disso que eu precisava para parar de pensar nessas merdas do caralho, para parar de pensar na ameaça de Sanzu e na minha imensa vontade de arrumar uma mala, pegar Violeta e desaparecer do Japão. Tudo bem, eu precisava pensar com calma no que eu faria e descobrir o quão perigoso Sanzu poderia ser antes de fazer qualquer coisa. Principalmente, precisava falar com Ran, já que nos últimos dois anos, quem vinha limpando minha barra era ele. Certamente era melhor pedir ajuda de Ran do que de Rindou, bem menos humilhante!
Porém, assim que desci as escadas, dei um grito, meu coração indo parar na garganta. Deus, só podia ser piada uma porra dessas! Levei a mão até o peito, tentando me acalmar do susto do caralho que eu tomei.
-Qual a porra do seu problema?- eu gritei para Rindou, agarrando a primeira almofada que vi e atirando contra ele. -Como você entrou aqui? Qual seu problema, caralho? Quer me matar do coração?
Rindou apenas me fitou com aqueles olhos roxos antes de torcer o nariz para mim e me olhar daquele jeito entediado que sempre me fazia querer voar no pescoço dele, o dar uns belos tapas na cara para ver se ele parava de ficar com tédio!
