Estava começando a ficar irritada. Aya não respondia nem mesmo uma mensagem minha para dar sinal de vida, e isso estava começando a me dar dores de cabeça. E acho que talvez por isso eu tenha acabado ali, enfiada no sofá, esperando algum sinal de vida de Aya ou ela passar por aquela porta para eu esganar ela por nem mesmo avisar que estava viva e bem. Caralho. E agora eu tinha que aguentar Violeta vendo esses desenhos simplesmente insuportáveis na televisão. Sinceramente, acho que ela estava mais dormindo do que acordada, mas toda vez que eu fazia menção de trocar o canal, ela magicamente acordava e voltava a assistir essa merda. Eu mereço uma porra dessas.
Além de preocupada e irritada, estava terrivelmente cansada. Violeta conseguia acabar com toda a minha energia, principalmente quando ela estava com vontade de discutir, o que foi o caso do dia, já que ela não aceitava o fato de que ter mordido alguém era errado. Deus, o que eu fiz pra merecer uma coisa dessas?
Levei uma mão até o cabelo loiro de Violeta, fazendo um carinho suave enquanto ela estava com a cabeça deitada em meu colo, bem perto de dormir de novo. Eu sabia que não demoraria muito pra isso acontecer, ainda mais depois de um dia de aula. Acho que Violeta só não tinha dormido mesmo ainda por querer ficar ali comigo, e não sozinha.
Escutei a porta abrir e me virei rapidamente para olhar. Apenas para fazer uma careta quando meus olhos encontraram com olhos roxos. Rindou franziu o cenho para mim e torceu o nariz.
-Você não tranca a porta não? Estão toda hora te ameaçando e você larga essa merda aberta?- ele reclamou fechando a porta e eu revirei os olhos, voltando a encarar a televisão.
-Você não tem casa, não?- eu retruquei e podia sentir Rindou revirando os olhos.
Violeta apenas ergueu um pouco a cabeça para olhar Rindou, mas não demorou muito pra voltar a deitar, ocupada demais com os olhos cravados na televisão. Rindou arqueou a sobrancelha para ela e se inclinou para beijar Violeta com carinho antes de sentar do meu lado. Eu revirei os olhos pra ele.
-Você tá bem?- Rindou perguntou, me olhando de forma estranha.
Eu fechei os olhos, deixando minha cabeça encostar contra o sofá, e suspirei. Dizer que estava bem era muito forte. Duas ameaças em menos de três dias, era isso que eu tinha recebido. Então, era meio complicado dizer que estava tudo ótimo. Por mais que Rindou ficasse dizendo que Sanzu não seria um problema, não tinha como acreditar muito nisso. Acreditar em palavra de bandido é burice, e eu não acreditava, nem por um segundo sequer, nas supostas boas intenções de Sanzu.
E ainda tinha Kazume, que, claro, nunca deixaria de ser a porra de uma pedra no sapato. Kazume nunca esqueceria a humilhação que eu o fiz passar, anos atrás. Ainda assim, ele podia ir para a porra do inferno, porque se nem mesmo o desgraçado do Sanzu ia me assustar o suficiente, muito menos Kazume iria. Os dois podiam dar as mãos e irem se fuder, bem longe de mim e da minha filha.
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Sinners • Tokyo Revengers
FanfictionAs vidas de Aya Takahashi e Asuka Nakamura não eram, nem de perto, parecidas. Enquanto Aya lutava para sobreviver aos traumas do passado que insistiam em ainda atormenta-la, Asuka buscava, a todo custo, esconder quem ela era de verdade, em uma tenta...