Rindou estava me olhando com o cenho franzido, mas eu não me importava muito com isso. Tinha passado a porra do dia inteiro ansiosa com a merda de um resultado. Sinceramente, acho que nem consegui dormir tamanha era minha ansiedade desgraçada. Pelo menos isso tinha sido o suficiente para me fazer esquecer, pelo menos por um tempo, o como minha vida era uma piada maldosa de alguma entidade superior. Enfim. Foda se. Eu ficava recarregando a página do site como se isso fosse adiantar de alguma bosta e magicamente eu teria a resposta que tanto queria. Rindou parecia bem perto de arrancar o celular da minha mão e o atirar longe, mas se ele fizesse isso, ia ter que me pagar outro.
Bufei irritada quando obtive um total de zero resultados e deixei que minhas costas batessem contra o colchão de novo. Rindou continuo ali, me olhando como se eu fosse uma retardada, usando aquele uniforme horrível de gangue. Bom, achava uma merda ele ficar se envolvendo com essas bostas do caralho, mas quem sou eu para opinar sobre isso, certo? Afinal, quando comecei a me envolver demais com ele, já sabia exatamente o buraco que estava me metendo.
-Porque está tão desesperada assim?- ele disse torcendo o nariz pra mim, começando a tirar a roupa. Eu pisquei os olhos, lançando um sorriso malicioso para ele que apenas o fez revirar os olhos roxos enquanto se trocava. Rindou ainda parecia meio estressado por causa da mensagem que recebi de Koji mais cedo. Meu amigo me disse que ficaria mais seis meses no Japão e Rindou nem mesmo fez questão de fingir que não sentia ciúmes. -Ficou a porra do dia inteiro com a cara enfiada no celular.
-Como você sabe se ficou a porra do dia inteiro fora?- eu disse arqueando a sobrancelha e ele me olhou com irritação. Eu suspirei. -Quero saber se passei na faculdade, tá beleza? O resultado do vestibular deveria sair hoje.
Rindou torceu o nariz pra mim, porque claro que ele era o tipo de pessoa que achava que isso era perda de tempo, já que viver de coisas ilegais era mais fácil. Ele nunca tinha dito, exatamente, isso para mim, mas não precisava ser uma gênia para saber o que Rindou pensava.
-Você sabe que poderia facilmente passar em qualquer merda de lugar que quisesse.- ele disse me encarando e eu suspirei de forma dramática. -E se não passar, é só pagar uma particular.
-Com que dinheiro, me diga? Só se eu me prostituir!- eu disse e ele pareceu bem perto de me atirar pela janela. -Eu nem trabalho mais nessa porra. E eu quero passar nessa universidade, não em qualquer outra.
-Você é muito complicada. - ele suspirou, vindo até mim e se deitando ao meu lado e eu torci o nariz. Rindou me deu as costas e eu o belisquei com força, o fazendo chiar.
-E você um babaca. Porque demorou tanto pra voltar? Ah, quer saber? Melhor me deixar na ignorância. Não quero compactuar com as coisas ruins que você faz.- eu disse com uma careta e ele se virou para me encarar, cenho franzido.
-Você acha que sou o que, um monstro?
-Sim.- eu disse o olhando. Rindou piscou os olhos e deu de ombros, porque ele sabia bem que tipo de pessoa ele era. E eu também tinha plena consciência disso. Ele, sabiamente, mudou de assunto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sinners • Tokyo Revengers
FanfictionAs vidas de Aya Takahashi e Asuka Nakamura não eram, nem de perto, parecidas. Enquanto Aya lutava para sobreviver aos traumas do passado que insistiam em ainda atormenta-la, Asuka buscava, a todo custo, esconder quem ela era de verdade, em uma tenta...