☪ . ☆ THIRTY SIX ☆ . ☪

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NOVE ANOS ATRÁS

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NOVE ANOS ATRÁS

Se falar que fiquei feliz quando descobri que estava grávida, seria uma grande mentira. Meu medo foi maior que qualquer outro sentimento que pudesse tomar conta de mim, meu desespero foi maior que tudo no mundo. Porque eu não sabia o que fazer. E por mais que eu quisesse contar a Rindou a verdade, sabia melhor do que ninguém que isso nunca, jamais, seria uma boa ideia. Eu não podia fazer isso, eu não suportaria a dor de ser rejeitada de novo, a dor de ver a minha filha, nossa filha, ser rejeitada por ele.

Por todos esses meses, enfrentei todos os altos e baixos, todos os momentos de alegria, tristeza e desespero. Dizer que passei por isso sozinha seria uma grande mentira, porque tive Koji ao meu lado, todos os dias. E Aya, mesmo que ela estivesse no Japão e eu... Aqui. Na Inglaterra. Longe da minha melhor amiga, longe da pessoa que eu amava e que sequer conseguia esquecer, mesmo que eu devesse tanto fazer isso.

Mas como eu faria para esquecer ele quando carregava comigo um fruto do amor que eu tinha por Rindou? Como eu o esqueceria se estava tendo uma filha dele e ele sequer sabia disso?

Foram meses difíceis, e não apenas por estar em um país completamente novo, não apenas por Rindou não saber que teriamos uma filha. Claro, isso deixava tudo mil vezes pior, mas ter que aguentar os olhares dos meus colegas na faculdade tornava tudo uma merda do caralho. Eu não era nem um pouco burra, sabia o que sussurravam ao meu respeito pelas minhas costas. E, mesmo que eu não devesse me importar, isso me irritava. Me irritava ao ao ponto de me fazer querer arrancar meus cabelos.

Ainda assim... Quando Koji me perguntou se eu queria abortar, nunca fiquei tão puta em toda minha vida como naquele momento. Pensei que talvez fosse o fim da nossa amizade, e mesmo que eu entendesse o porque da pergunta dele, jamais aceitaria algo como isso.

Mas as coisas se acertaram no fim, ou, pelo menos, na medida do possível. Koji e eu nos casamos. E eu sei, sei que deveria ama-lo como ele me ama, mas... Simplesmente não consigo; não quando meu coração pertence a outra pessoa e talvez vá pra sempre pertencer.

-Asuka?- um batida na porta me fez tirar os olhos de um trabalho sobre fissão nuclear em minhas mãos para olhar Koji entrando no quarto. Ele se apoiou no batente da porta e deu um meio sorriso pra mim. -Tudo bem? Você está trancada aqui tem três horas.

-Três horas?- eu disse piscando os olhos. É, às vezes eu perdia completamente a noção do tempo.

-Sim. Vem, vamos jantar. - ele disse e eu assenti, me levantando.

Porém, no momento que o fiz... Ah, merda. Senti líquido escorrer pelas minha pernas, molhando o chão completamente. Koji nem parecia estar respirando, pois arregalou os olhos e escancarou a boca.

Sinners • Tokyo RevengersOnde histórias criam vida. Descubra agora