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Tive uma das piores noites da minha vida

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Tive uma das piores noites da minha vida. Simplesmente não conseguia dormir, pensando nas perguntas de Violeta, na sua aparentemente nova curiosidade sobre o próprio pai. Quer dizer, claro que ela já devia ter esse tipo de pensamentos há anos, mas não deve ter se sentido a vontade para perguntar. E, quando ela finalmente toma coragem para me dizer algo, eu simplesmente surto, como se fosse uma adolescente idiota. Eu não deveria ter feito isso; deveria ter ficado com Vi e respondido suas perguntas, porque era um direito dela saber a verdade, mesmo que ela ainda fosse muito nova para entender tudo.

Eu me revirei de um lado para o outro a noite inteira, o que fez Koji acordar e me agarrar com força para que eu parasse com aquela merda. Eu fiz uma careta irritada, mas Koji sempre tinha sido meu suporte em situações como aquela, a pessoa que conseguia me acalmar quando eu sentia que tudo estava prestes a ruir. Ele era meu parceiro, meu melhor amigo, até mesmo minha alma gêmea. Eu provavelmente não teria sobrevivido esses anos todos sem ele.

Nosso relacionamento até poderia ser estranho e bizarro para quem visse de fora, e era compreensível, inclusive. Nós éramos casados, agiamos como um casal, dividiamos a cama, nos beijamos e todas essas merdas, mas a verdade é que Koji e eu éramos apenas amigos. Por uns anos, para ele, isso foi uma merda, porque Koji era apaixonado por mim. Mas com o tempo, tudo isso mudou, e o que restou entre nós foi apenas um sentimento forte de amizade e companheirismo.

E agora, estávamos nos divorciando, depois de praticamente dez anos de casados. Não porque ele quisesse isso, mas porque eu queria. Quer dizer, não era justo com ele. Koji tinha finalmente se apaixonado por alguém, e não era justo que eu o impedisse de viver esse amor, de se casar com Daisy e ter uma família de verdade com ela. Mesmo que ambos achassem que eu estava sendo ridícula, eu não dava a mínima. Daisy era, provavelmente, a única pessoa na face da Terra capaz de entender a confusão maluca e bizarra que meu casamento e relacionamento com Koji era.

Era sábado e era cedo pra cacete quando Koji resmungou e se levantou da cama. Eu fiz uma careta infeliz, me sentindo subitamente sozinha sem o calor do corpo dele contra o meu, mas eu deveria me acostumar logo com isso.

-Você vai sair?- eu perguntei bocejando e ele bufou, seguindo para o banheiro.

-Ligaram do hospital, preciso ir. - ele disse e eu fiz uma careta.

Bem, ser médico era uma bela de uma merda, e eu sabia bem disso pela correria que era a vida de Koji e a de Aya. Se minha vida como cientista já era instável pra cacete, ter que sair no meio da noite para resolver coisas no laboratório, a de um médico conseguia ser pior. Porque se ele não chegasse a tempo, não seriam dias de pesquisa e experimentos perdidos, mas sim uma vida.

Koji terminou de se arrumar rapidamente, vindo até mim e me beijando de leve. Fiz carinho na bochecha dele e ele se afastou para ir embora.

-Te amo, toma cuidado.- eu falei o olhando seriamente e ele deu risada.

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