Lee continuava a me beijar, forçando sua língua por entre meus lábios. Suas mãos haviam deixado meu rosto e elas acariciaram minha pele com tanto cuidado que meu coração começou a doer, sangrar e a ser rasgado em mil pedaços. Como ele ousava? Depois de todos aqueles anos que me agrediu e acabou com todo meu psicológico já fodido, como ele ousava beijar daquele jeito? É como se...
Lee se afastou. Ele sorriu como se não tivesse acabado de ignorar minhas palavras e as marcas que causou na minha alma mais uma vez. Ele sorriu e acariciou meu rosto como se ainda fôssemos aqueles mesmos jovens apaixonados. Ele me disse que iria tomar um banho como se aquela fosse sua casa e não a minha.
Eu fitei suas costas enquanto desabava no sofá, me encolhi novamente e meus braços rodeando minhas pernas em um abraço apertado. Ouvi o som do chuveiro... Tomando banho, ele estava tomando banho como se tudo estivesse normal. Ele...
Suspirei, erguendo as mãos e esfreguei minhas palmas no meu rosto. Um som atraiu minha atenção para o piso, era um celular. O celular de Lee...
Me inclinei e o capturei entre meus dedos, deslizando minha mão pela tela vendo que havia chegado uma mensagem que parecia ter sido de uma mulher. Aquela foto, eu não conhecia ver muita coisa mas poderia ver fios azuis, cabelos que eu reconhecia...
“Eu fiz o que você queria. Nós ficaremos juntos agora, certo?”
“Lee, meu amor, por favor, fale alguma coisa, qualquer coisa! Eu fiz o que você queria! Você disse que ficaríamos juntos!”
“Lee, eu liguei para sua casa... COMO ASSIM VOCÊ ESTÁ COM AQUELA VADIA? EU FIZ O QUE VOCÊ QUERIA! EU A MACHUQUEI! VOCÊ DEVERIA ESTAR COMIGO, NÃO COM ELA!!!!!”
“LEE ME RESPONDA!!!!!!”
Pisquei meus olhos e deixei com que o celular escorregasse por minhas mãos, caindo no chão em uma queda que gerou um barulho que foi abafado pelo tapete.
Ele me beijou. Tratou como se tudo estivesse bem, depois mandar uma vadia qualquer me matar.
Soprei uma risada incrédula. É estranho como um imbecil sempre vai ser um imbecil.
Eu estava cansada dele. E eu daria um jeito para que ele parasse de me cansar cada vez mais.
Então, aprofundada na raiva crescente em meu peito, me guiei até a cozinha e sem pensar muito, abri uma gaveta próxima da pia e fechei meus dedos em torno de um cabo de plástico.
Essa noite, eu mataria o amor e o enterraria.
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Sinners • Tokyo Revengers
FanficAs vidas de Aya Takahashi e Asuka Nakamura não eram, nem de perto, parecidas. Enquanto Aya lutava para sobreviver aos traumas do passado que insistiam em ainda atormenta-la, Asuka buscava, a todo custo, esconder quem ela era de verdade, em uma tenta...