As vidas de Aya Takahashi e Asuka Nakamura não eram, nem de perto, parecidas. Enquanto Aya lutava para sobreviver aos traumas do passado que insistiam em ainda atormenta-la, Asuka buscava, a todo custo, esconder quem ela era de verdade, em uma tenta...
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Asuka estava atrasada, o que era estranho levando em conta que quando se tratava de encher a cara, ela era a primeira a aparecer. Pisquei meus olhos, lançando um olhar para meu celular, esperando uma resposta para a mensagem que eu acabara de enviar para a garota. Tá legal, vou esperar ela lá fora.
Cruzei a multidão de pessoas que dançavam na pista de dança, seus corpos suados me atingiam e me fazia querer socar cada um que encostava um dedo em mim. Certo que tava usando o vestido prata que tinha as costas nuas e extremamente curto, mas porra, não precisava se esfregar em mim!
O ar frio noturno atingiu minha pele e me fez soltar um suspiro trêmulo, cruzando os braços enquanto olhava para duas direções da rua em busca de cabelos escuros e olhos âmbar. Peguei meu celular, rapidamente digitando e enviando mais uma mensagem para Asuka. Não era possível que ela fosse marcar algo e não aparecer.
─ O que tá fazendo aqui, Takahashi?─ Ergui meu olhar, sabendo que meu rosto se tornou uma careta quando fitei Rindou e sua grandiosa cara de cú.
─ Ah, não sei, Rindou.─ Soltei, abrindo levemente os braços.─ Tô na frente de uma boate, vestida como uma puta mas não sei que porra tô fazendo aqui.
Rindou revirou os olhos com tanta força que parecia que suas orbes púrpura iam saltar para fora de seu rosto, o que esperava que realmente acontecesse, pois eu odiava esse merda. E sim, o motivo desse ódio foi uma briga em que saí com a porra de um braço e pé quebrados, mas orgulhosa de mim mesma por ter quebrado o nariz e os óculos desse merda.
─ Cadê a Asuka? Você viu ela?─ Ele perguntou, olhando em minha volta como se Asuka tivesse na porra do meu bolso. Foi minha vez de revirar os olhos com tanta força que eles facilmente poderiam cair para fora do meu rosto.
─ Ela tá lá dentro, trepando com um cara.─ Soltei, cheia de sarcasmo. Rindou deu um passo na minha direção e parecia bem perto de me jogar de uma ponte no momento que meu cenho se franziu ao notar um ponto brilhante no piso de pedra. Era um celular. Ah, caralho...
Me aproximei do objeto no asfalto e o peguei nas mãos para confirmar o que já sabia. Era o celular de Asuka. Rindou se agachou ao meu lado, parecendo notar o que estava acontecendo pela forma que soltou um xingamento alto, se levantando e chutando a lataria do carro mais próximo, o que me fez estremecer levemente, pois sabia o quão cruel Rindou seria quando colocasse as mãos na família de Asuka.
─ A gente precisa achar ela.─ Murmurei, enfiando o celular da garota que não passava da primeira amiga que conquistei em todos aqueles anos. Me levantei, abaixando a saia do vestido e virando na direção de Rindou que lançava olhares de ódio para o nada e puxava os cabelos com força.─ Ei, imbecil da porra, quer parar de surtar e me escutar por um segundo?
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