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Tá, minha vida era a porra de uma piada do caralho, mas qualquer coisa era melhor do que voltar para casa

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Tá, minha vida era a porra de uma piada do caralho, mas qualquer coisa era melhor do que voltar para casa. Qualquer coisa era melhor do que me foder nas mãos da minha família de novo. Quer dizer, depende. Eu ainda não sabia dizer se estar perto de Rindou era bom ou ruim, já que ele mudava constantemente e eu nunca sabia dizer se ele tava cagando pra mim ou se ele se importava. Talvez tenha sido por isso que não quis pedir a ajuda dele, mesmo tendo plena consciência que Rindou poderia me ajudar e faria isso sem pensar duas vezes. É, eu sou orgulhosa sim, que se foda! E por isso eu também fui embora, sem nem mesmo olhar para cara de Rindou, já que ele tinha me irritado para um caralho com sua imensa babaquice e falta de tato com as pessoas, antes de Aya entrar no quarto.

-Qual é a sua com o Rindou?- Aya perguntou, me olhando de forma estranha enquanto eu metia o pé no acelerador do porshe, procurando um lugar para largar o carro e meu pai que se foda com essa merda. Eu poderia ter sido mais cuzona, podia ter, sei lá, fodido o carro dele de mil formas diferentes, mas apenas irei largar ele em algum canto da cidade.

-Ele é um imbecil. - eu resmunguei. Aya franziu o cenho para mim, como quem diz "você só percebeu isso agora?". Eu bufei com irritação. -Não sei qual a porra do problema dele. Uma hora ele me trata de uma forma que me faz até arrancar a roupa, na outra me trata com uma indiferença que faz eu pensar que eu não valho porra nenhuma. Então, é, ele é um imbecil.

-E ainda assim você tá fodendo com ele.- ela disse e eu revirei os olhos.

-Não posso fazer nada se ele é bom nisso. - eu disse e Aya fez uma careta de nojo. -E você não pode me julgar por ter transado com ele. Ran é igual Rindou, os dois são imbecis do caralho e não sei dizer quem é mais problemático entre eles. Ainda assim, você gosta do Ran.

-Não gosto dele. - Aya disse rapidamente, o que me fez dar risada. Ela me olhou feio. -Eu ter vontade de transar com ele não significa que eu gosto dele, Asuka.

-Tá beleza. Vou fingir que acredito nisso. E ai você finge que acredita em mim quando eu disser que nunca mais vou procurar o Rindou. - eu falei e Aya bufou, me fazendo sorrir.

-Quer saber, acho que não deveríamos gastar nosso tempo falando de dois merdas.- ela resmungou e eu ri.

-Sabe, nisso eu posso concordar com você. - eu disse. Aya suspirou, deitando a cabeça na janela.

-Qual a treta com sua família?- ela perguntou. Por um tempo, apenas fiquei em silêncio. -Eu entendo, sabe? Essa situação toda. Família tende a ser a porra de uma merda.

Eu suspirei, agarrando com força o volante e piscando os olhos. Nem sabia por onde começar; era tanta, tanta merda, que era difícil saber qual a pior parte e qual a menos pior.

-Tenho um relacionamento complicado com meus pais. - eu disse, evitando olhar para Aya. -Minha mãe acha que porque a vida dela foi uma merda, que deveria controlar a minha. E meu pai só quer se livrar de uma vez por todas de mim, me enfiando em merdas que não sei como lidar. Eles querem que eu viva a porra de vida que eles planejaram, e eu nunca, jamais, irei aceitar isso. - passei a mão pelo meu cabelo com irritação. -Queria fugir daqui, dessa merda de país, e é exatamente por isso que tava trabalhando em uma boate até não aguentar mais. Para ter a porra do meu próprio dinheiro e dar o fora daqui. Ficar bem, bem longe deles. Porque meu pai praticamente me vendeu para a família de um desgraçado e agora quer que eu me case com ele. É por isso que tô toda fodida, eu pulei a janela do quarto só para fugir dessa porra do caralho.

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