Não queria sair da cama. A verdade é que não queria sequer acordar de novo. Porque eu sabia exatamente o que tinha acontecido comigo, e estar acordada era apenas um lembrete do quão merda era a porra da minha vida. Não importava o quanto eu tentasse, era como se eu sempre acabasse de volta naquele mesmo buraco. Pensei que pudesse superar meus problemas, pensei que fosse forte o suficiente, mas eu não era. E sabia muito bem que o que tinha acontecido comigo na noite anterior tinha terminado de quebrar o que restava de mim.
Me virei de um lado para o outro, me cobrindo até a cabeça com o lençol, tentando a todo custo não chorar por tudo o que tinha acontecido. Sabia que se apenas uma lágrima caísse, tudo ia desmoronar, e eu não sabia se consegueria colocar as coisas de volta no lugar depois disso.
Esse sentimento de impotência, que eu tinha falhado... Era o suficiente para me corroer aos poucos. Não era justo, nada disso era justo. E eu apenas não entendia o porque eu precisava passar por tudo isso.
Esfreguei o rosto com força, minhas mãos tremiam. Uma vez, Aya tinha me dito que apenas eu podia decidir o que me quebrava ou não. E se eu deixasse que aquilo acabasse comigo... Eu jamais ia conseguir voltar a ser quem eu era.
Eu tinha perdido um filho, mas Violeta ainda estava viva. Eu não podia me afundar nesse poço de escuridão que estava a beira de me engolir, não podia fazer isso com minha filha. Ela não merecia passar por isso; e, enquanto eu mantesse esse pensamento, tudo ficaria bem, certo?
Tudo tinha que ficar bem. Porque eu não sei se vou ser capaz de aguentar caso não fique.
Escutei o barulho da porta abrindo, mas não fiz menção de me mexer. Não sei nem mesmo se eu tinha forças o suficiente para isso.
Mas, no segundo seguinte, o lençol tinha sido arrancado com força de mim e eu me virei um pouco assustada. Apenas para encarar os olhos roxos de Rindou.
-Quer morrer asfixiada?- ele disse com cara feia, o que era um puta exagero, e não seria nem uma opção tão ruim assim.
Rindou não disse mais nada e eu também não disse nada. Porque o que nós sequer diriamos um ao outro? Tinha tanta coisa mal resolvida entre nós e...
Pisquei os olhos para afastar minhas lágrimas. Eu não queria chorar, não queria que ele me visse assim também. Mas a gente estava juntos, não é? E o que eu tô sentindo agora, ele também está. Não posso ser uma puta egoísta e ignorar isso.
-Desculpa. - eu murmurei, colocando o rosto entre as mãos e dando um suspiro. -Eu não consigo...
Eu sabia que não precisava falar nada pra ele, sabia que Rindou entendia perfeitamente onde eu queria chegar. Ele apenas se aproximou de mim, me puxando para seu colo. Eu abracei Rindou com força, tentando a todo custo não chorar com tudo aquilo.
-Tá tudo bem, Asuka. - ele murmurou, baixo, e eu sabia pelo seu tom de voz que nada estava bem. -Sei que você não quer conversar, mas...
-Eu só... Eu tô quebrada, Rindou. - eu disse, me afastando para olhar os olhos dele. -E não sei como colocar tudo de volta no lugar.
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Sinners • Tokyo Revengers
FanfictionAs vidas de Aya Takahashi e Asuka Nakamura não eram, nem de perto, parecidas. Enquanto Aya lutava para sobreviver aos traumas do passado que insistiam em ainda atormenta-la, Asuka buscava, a todo custo, esconder quem ela era de verdade, em uma tenta...