Mil Anos.

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Bom dia/ Boa tarde/ Boa noite/ Boa madrugada.

Volteiiii !

Boa leituraaaa !

Byeeeeeeeee !

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O dia amanheceu chovendo hoje e eu gosto disso, gosto do clima frio, as nuvens escuras, a sensação de que tudo ao meu redor está menos colorido e tão brilhante como costuma parecer em dias ensolarados, eu sei que a maioria das pessoas preferem dias de sol, mas como minha mãe costuma dizer... " Você não é qualquer pessoa " e ela nunca esteve tão certa, eu não sou qualquer pessoa, na verdade eu nem posso me definir como humana, mas sim uma criatura assassina que usa e abusa de uma forma humanoide para realizar seus caprichos.

Matar e matar de várias formas.

Esse tem sido meu passatempo favorito desde que ganhei meu primeiro canivete.

Ainda consigo me lembrar com nitidez da primeira garganta que cortei com ele e todas as vezes que o usei para torturar bruxas, lobos e vampiros enviados pela tríade para me capturar ou matar, e foram tantas que eu poderia escrever uma saga de livros e eu até poderia chama-los de " os assassinatos de Pandora ". Esse pensamento me faz rir, arrasto as pontas dos meus dedos sob o túmulo de James e em seguida respiro fundo recapitulando os últimos dias, incluindo sua morte precoce e inimaginável, lembrar disso me deixa irritada, coloco o quadro que passei a noite pintando encima do túmulo e sorrio.

- Sabe, tem sido dias bens ruins sem os seus sábios conselhos e a sua cara de idiota para olhar todos os dias. - digo divertida e em seguida me encosto em seu túmulo. - A minha mãe quase morreu ontem, ela se sente culpada pela extinção do clã dela e eu nunca entendi isso. - faço uma pausa e respiro fundo cruzando os braços. - Eu não entendia isso, não entendia porque ela de sentia tão culpada por algo que ela não podia controlar, por algo que não foi ela quem fez. - faço outra pausa e me viro olhando para o quadro, seus olhos verdes de um tom mais escuro, seu sorriso gentil e vibrante, essa expressão de bobão tão natural e única, não consigo conter o riso e muito menos as lágrimas. - Eu não sei o que tá acontecendo comigo, mas agora eu entendo como a minha mãe se sente, eu entendo e sinto a mesma coisa quando penso, quando me lembro, quando acordo, quando venho aqui, eu sinto isso o tempo todo e é uma droga. - digo entre risos tocando o quadro. - Eu não devia ter feito você esquecer aquela conversa, não devia ter te deixado ir, você estava mais seguro aqui e eu fui tola por achar que não poderia te envolver nisso, porque você já estava envolvido desde o momento que consertei seu carro naquela estrada e devo confessar, que na verdade fui eu quem ferrou com o cabo de ignição do seu carro só pra poder bancar a heroína depois. - completo rindo e por alguma razão posso imagina-lo rindo disso também e ao mesmo tempo incrédulo.

Com toda certeza ele diria algo do tipo... " Você é maluca ".

E eu riria disso.

Eu riria disso por horas e horas.

- Eu sou terrível, eu sei. - digo olhando bem para a sua imagem na tela do quadro.

Penso no que mais poderia dizer, afinal eu não entendo o que está acontecendo comigo, Mikhaela disse que eu devo me permitir sentir, disse que não sou tudo o que eu pensava que fosse e muito menos o que os outros pensam, ela disse que sou sua esperança, mas eu não entendo o que isso significa verdadeiramente, eu não consigo entender o que há de bom em sentir, porque essas sensações crescendo dentro de mim incomodam, tanto ao ponto de me fazer se sentir sufocada e então eu só quero gritar e gritar, quero destruir tudo a minha volta porque essas sensações são agoniantes demais e eu estava melhor sem elas.

The First Alpha. ( The Curse )Onde histórias criam vida. Descubra agora