"We've got a bit of love hate
You take me to the edge, then you hit the brakes"
(Na Na Na)
OLIVIA
O elevador parou no andar do meu setor e, quando as portas se abriram, eu me deparei com o caos.
Aparentemente algumas pessoas se esqueceram que o sobrenome Sartori significava alguma coisa por ali.
Torci a boca em desgosto. Eu havia ficado cinco — cinco — dias fora e, do nada, o setor no qual eu trabalho pelo visto havia se declarado uma anarquia.
— Senhorita Sartori! Senhorita Sartori! — Mia correu até mim.
Era possível que eu já estivesse começando a sentir os primeiros efeitos de uma dor de cabeça? Sim, era possível.
— Por que você está correndo? — pronunciei cada palavra lentamente enquanto a garota se apressava em pegar minha bolsa e minha maleta.
As bochechas de Mia ficaram vermelhas.
— Eu...nós não sabíamos que a senhorita voltaria hoje. — ela explicou ofegante e eu franzi a testa.
— Pedi que Marco encaminhasse um e-mail para o resto da equipe avisando. A minha conexão de internet não era das melhores no hotel.
Ao ouvir seu nome, Marco se materializou ao meu lado, com uma expressão inocente no rosto.
— Eu mandei. — ele afirmou, a mão livre levantada na altura do ombro. — Não checou seu e-mail corporativo?
Me virei para Mia a tempo de ver seu rosto escurecer de pura fúria. Pelo menos, eu não era a única que tinha um demônio pessoal trabalhando ao meu lado.
— Marco, você sabe que o e-mail corporativo está em manutenção por pelo menos mais quinze dias.
— Ops. — ele disse com a cara de inocente mais falsa do mundo. — Aqui estão os relatórios da semana, chefa.
Marco me entregou o pequeno monte de pastas que segurava em um braço.
— Você fez de propósito. — Mia o acusou num tom baixo porém mortal.
Respirei fundo, o vôo de doze horas do qual eu havia acabado de descer não tinha me feito muitos favores:
— Já terminaram ou preciso alugar um ringue para vocês lutarem sem reservas? — questionei antes de sair andando, já pensando qual dos 345 comprimidos eu precisaria tomar para ajeitar aquela bagunça.
— Sartori.
— Senhorita Sartori.
Assenti com a cabeça rapidamente para os funcionários que me cumprimentavam no caminho, fingindo uma falsa cortesia, mas pelo menos ajeitando a postura desleixada.
Como se eles não fossem falar mal de mim assim que eu sumisse de suas vistas.
Fazia parte de um papel de liderança.
Não era como se eu me achasse o centro do mundo, mas sabia que era um dos assuntos preferidos da equipe na hora de utilizar apelidos como megera e rainha má.
Eu não me importava de verdade, se eles estavam com seus empregos garantindo comida para pôr em seus pratos e os de suas famílias era por causa da rigidez da megera.
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Contrato de Casamento: Olivia e Sebastian em seu (in)felizes para sempre
RomanceOlivia Sartori e Sebastian Ferrante são o pesadelo um do outro. Nas palavras dela, ele é um irresponsável idiota. Nas palavras dele, ela é uma rainha megera de coração tão frio quanto o Polo Norte. Porém, assim como suas funções na empresa em que tr...