"I live for you, I long for you, Olivia
I've been idolizing the light in your eyes, Olivia"
(Olivia)
OLIVIA
A secretária me anunciou pelo telefone e para a minha surpresa Henrique Boscher aprovou minha entrada.
— Senhorita Sartori, a que devo a honra da sua visita? — Ele me cumprimentou enquanto lia algo no papel em sua mão. Os óculos apoiados quase na ponta de seu nariz.
Quando fechei a porta atrás de mim, ele colocou a folha na mesa e se ajeitou na cadeira, estendendo uma mão em cumprimento.
Não apertei de volta e ele soltou um risinho.
— Fique à vontade. — Boscher gesticulou para uma das cadeiras e eu me sentei.
Minhas mãos estavam suando mas eu estava resoluta. Sabia o que tinha que fazer.
— Acho que deve ter uma ideia do porquê estou aqui. — comecei.
— Para falar a verdade, tenho bastantes possibilidades em minha cabeça, contudo agradeceria se a senhorita me iluminasse.
Abri minha bolsa e tirei a pasta que tinha lá dentro, apoiando-a aberta em cima da mesa.
— Reconhece esses rostos, senhor Boscher? — O homem ajeitou o óculos e se inclinou para dar uma boa olhada. Não precisei ver o franzir de sua testa para saber a resposta. — Talvez o nome delas soe mais familiar: Angelica Costa, Mariana Dias, Carolina Fernandes, Beatrice Gomes e mais pelo menos outras meia dúzia de garotas. Jovens profissionais que trabalharam por aqui. Sabe o que todas elas têm em comum?
Toda a postura de Boscher mudou e ele sentou mais ereto na cadeira.
— Não sei do que você está falando.
Inclinei a cabeça:
— Será? — Peguei a pasta e passei para a página seguinte. — Achei esses formulários de reclamações num sistema de backup muito bem guardado da empresa porque os arquivos originais foram todos apagados. Estranho, né? Hm, há quatro anos atrás, Mariana era uma das funcionárias da empresa e preencheu o formulário dizendo que foi a uma confraternização da empresa e o senhor, já alterado pelo álcool, a puxou para um canto e roubou um beijo, além de outras carícias indesejadas antes de outra colega notar o que estava acontecendo e chamá-la para irem embora. Mariana "se demitiu" duas semanas depois que esse formulário foi dado baixa. E segundo a ficha de demissão dela, Mariana recebeu normalmente o seu seguro desemprego, uma carta de recomendação e pagamentos de bônus "atrasados" por seis meses.
Boscher riu:
— Não sabia que pagar bônus significava cometer algum crime.
— E não é mesmo. Queria entender então por que tem um e-mail trocado entre seu advogado e Mariana, com cópia para você, sobre um contrato de confidencialidade sobre esse "bônus". — Passei mais uma página. — O mesmo aconteceu com Beatrice, que alega que o senhor simplesmente "sugeriu" que se ela quisesse subir na carreira ela deveria "usar decotes maiores". Com Carolina, o senhor manteve um caso por dois meses e, quando se cansou, passou a dizer que ela estava o importunando. Ameaçou contar para os pais dela o que ela realmente fez para conseguir o emprego e a rebaixou de função. Quando ela deu a entender que abriria um processo sobre todas as vezes que foi importunada até dormir com o senhor, o acordo de demissão mais o bônus entraram na jogada. Tudo também registrado no e-mail do seu advogado.
— Sabe que posso te processar por invasão de privacidade, não sabe? — ele se inclinou sobre a mesa numa tentativa de me intimidar.
Repeti seu gesto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contrato de Casamento: Olivia e Sebastian em seu (in)felizes para sempre
RomanceOlivia Sartori e Sebastian Ferrante são o pesadelo um do outro. Nas palavras dela, ele é um irresponsável idiota. Nas palavras dele, ela é uma rainha megera de coração tão frio quanto o Polo Norte. Porém, assim como suas funções na empresa em que tr...