Contrato de Casamento: Olivia e Sebastian em seu (in)felizes para sempre

Capítulo Extra - II

A menina ouviu batidas na porta da frente da loja.

Estava numa parte particularmente complicada da tela que fazia e havia acabado de pegar o jeito da direção na qual o pincel deveria ficar para ter o efeito desejado.

Esperou que a pessoa visse a placa na entrada, lesse e fosse embora.

Eram o quê? Oito da noite?

Porém, cinco segundos depois, uma nova batida soou.

Com um grunhido, Patricia se levantou, sem se preocupar em amarrar novamente a xuxinha que tentava inutilmente domar seus cachos, nem limpar os respingos de tinta que certamente estavam em seu rosto.

Deixe que essa pessoa inconveniente me veja no meu pior estado, pensou com certa satisfação.

Chegou na porta, esperando ver um dos rostos conhecidos de sempre, mas encontrou ombros largos e um par de olhos claros brilhando como faróis do outro lado vidro.

Patricia não se intimidou.

Ligou a luz da entrada e apenas encarou Hunter Constantini.

O rapaz acenou, aliviado de ver que ela ainda estava ali e que sua caminhada não tinha sido uma perda de tempo. Porém, o sorriso sumiu rapidamente ao perceber que a garota não fazia a mínima menção de que abriria a porta para ele.

Patricia apontou para a placa estendida sobre o vidro onde se lia:

FECHADO

Horário de Funcionamento: 06h às 19h

Então ela virou o relógio de pulso digital mostrando o horário:

20h13.

Hunter encarou o relógio e então encarou a dona.

...

Ele levantou o punho e bateu novamente no vidro. Lentamente.

Um sorriso amável no seu rosto.

•

A amiga de Olivia abriu apenas uma fresta para passar a cabeça dela.

— Você sabe ler?

— Malmente.

— Estamos fechados.

— A porta está definitivamente aberta. — Hunter rebateu, ainda mantendo o sorriso enquanto analisava a mulher à sua frente. Os cabelos guerreando com o rosto para ver quem ocupava mais espaço na abertura. Uma pincelada em tom lavanda embaixo do seu olho esquerdo.

— O que você quer? Eu estava ocupada.

— Percebe-se. — Hunter enfiou as mãos no bolso. — Você disse que eu poderia vir sempre que quisesse. — Patricia estreitou os olhos. — Para fins artísticos, é claro.

— Sempre que quisesse dentro do horário comercial.

— Bem, você não especificou isso e...

— O que você quer? Me perguntar sobre as cores primárias?

— Gostei da piada. — Hunter forçou uma risada sem graça. — Quero falar sobre a Olivia.

Patricia abriu os olhos em alerta:

— O que tem Olivia?

— Posso entrar?