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"The one that I came with, she had to go

But you look amazing

Standing alone"

(C'mon, C'mon)


SEBASTIAN

A última lembrança que eu tenho antes de acordar por breves segundos numa maca e adormecer e acordar e desmaiar e acordar e perder os sentidos novamente — eu não sabia nem que existiam tantas formas de ficar desacordado assim — foi que eu estava bem perto da linha de chegada.

Max estava páreo a páreo comigo, mas senti uma confiança de que poderia ser eu o ganhador daquela partida.

Eu conseguia já imaginar o sorriso de Olivia. Poderia me imaginar desmontando de Brisa, indo até Sartori e girando-a em meus braços. Não que eu quisesse me exibir para Maximus, mas era bom que ele, além da derrota na brincadeira, percebesse que havia perdido algo muito maior e muito mais precioso, apenas por ser um cafajeste.

Também não era que eu quisesse me exibir para quem quer que estivesse prestando atenção naquela cidade, mas seria ótimo mostrar para todos que Olivia Sartori merecia muito mais do que eles poderiam imaginar, que ela não precisava de um Maximus para ter relevância. Tinha certeza que boa parte deles já sabia disso, mas eu adoraria relembrá-los.

E, é claro, eu era um egoísta do cacete e queria mostrar para Deus e o mundo que Olivia era minha, embora eu imaginasse que eu era muito mais dela e estava tudo bem.

No entanto, não tive chance de fazer nada disso porque, em um piscar de olhos, eu estava no chão, como se todo o ar tivesse sido sugado dos meus pulmões, alguém berrava o meu nome, mas o zumbido na minha cabeça era alto demais para distinguir de quem era a voz e, antes que eu pudesse sentir algum tipo de dor eu apaguei por dois segundos e Julie apareceu em meu campo de visão.

Pela sua posição, imaginei que ela estava com minha cabeça apoiada no colo, mas eu não sentia nada.

Quando estava prestes a desmaiar definitivamente, uma única palavra se formou na minha boca, mas não tinha certeza se consegui pronunciá-la antes que a escuridão me levasse.


OLIVIA

Acordei com o nome de Sebastian em meus lábios e alguém — obviamente da minha família — deu um berro estridente anunciando para todo o hospital que eu havia acordado.

Alguém suspirou um "graças a Deus" e a aparente multidão se dispersou.

Não consegui nem registrar quem tinha estado ali além de meu pai, que analisava o possível calmante como se estivessem injetando veneno na minha veia, e a mãe de Sebastian que segurava minha mão livre na cadeira ao lado.

— Ó, querida, que bom que acordou! Ficamos preocupados.

Pisquei algumas vezes antes de responder, tentando assimilar o que eu estava fazendo ali e o que me levou a desmaiar.

Então, não demorou muito para as cenas voltarem tão vívidas como se estivessem acontecendo naquele momento na minha frente.

Sebastian perto da linha de chegada com Max em seu encalço. Brisa torcendo a pata e jogando-o pelos ares. O capacete por pouco não saindo de sua cabeça e que, por algum milagre, amorteceu o impacto de sua cabeça com o chão.

O grito de Julie ao fundo.

E eu havia ficado imóvel. Com o nome de Sebastian na ponta da língua, mas incapaz de proferi-lo, incapaz de fazer qualquer coisa.

Contrato de Casamento: Olivia e Sebastian em seu (in)felizes para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora