Havia poucas luzes acesas dentro da loja e Hunter deu graças a Deus.
Não queria ter que bater na porta dos pais de Patrícia. Tinha quase certeza que ela o mataria se o fizesse.
Ele não sabia porque estava nervoso, a mulher o deixava daquele jeito: inquieto.
Era assim desde a primeira vez que se viram, o único momento em que pareciam em um acordo de paz era quando conversavam sobre arte.
Ou quando estavam se beijando, mas só de pensar naquilo Hunter lembrava da experiência confusa que tinha sido a primeira e última vez.
— Sebastian vai ficar me devendo uma pelo resto da vida. — murmurou, enquanto batia a porta do carro e iria para a frente da loja.
Seu coração batia mais forte no peito ao se lembrar que a última vez que se viram estavam em cantos opostos do altar enquanto Olivia revelava para todo mundo sua farsa com Sebastian.
Patrícia estava linda.
Seu cabelo preso num penteado elaborado e domado — para variar — o vestido azul claro, apesar de ser feito de um tecido leve parecia contornar cada curva de seu corpo.
Parecia tão plácida e diferente.
De alguma forma, Hunter ainda preferia seus cachos parecendo revoltados por estarem presos àquela cabeça insana, a camiseta enorme roubada do irmão e suja de tinta, a calça cheia de bolsos que precisava de um ajuste na bainha.
Era um sentimento novo até para ele. Hunter saía com garotas da mais alta classe, Sebastian o chamava de olheiro e desvirtuado. Não fazia ideia de quantas modelos haviam passado por sua cama nem de quantas boas moças ele havia levado para o mal caminho.
Acima de tudo todas elas queriam estar com ele.
Por isso era um enigma o fato de ficar tão perturbado com Patricia. Ela claramente nutria um sentimento forte e definitivamente ruim para com ele.
E aquilo o incomodava.
Mas, enfim, não sabia porque estava levando seus pensamentos por aqueles caminhos, estava ali pelo seu amigo e para ajudá-lo a ficar com a mulher que amava.
Por Deus, Ferrante estava de quatro pela princesinha do campo. Como ele havia escondido aquilo tão bem por anos?
Hunter bateu na porta de vidro e esperou.
Patrícia se aproximou para ver quem era e, quando viu que era ele, bufou do outro lado, rolou os olhos, mas destrancou a fechadura.
Sem dizer nada, ela se virou e deixou com Hunter a tarefa de trancar a porta novamente.
Quando ele passou a segui-la, ela disse:
— Você só gastou seu tempo e sua gasolina. Eu não tenho nada a contar para você e para seu amigo sobre Olivia.
Hunter respirou fundo:
— Não posso ter vindo apenas visitar uma velha amiga? Estava com saudades.
Patrícia soltou uma risada irônica, passando para o outro lado do balcão.
Ela abaixou o tom de voz:
— Eu também. — ela se inclinou, deixando o rosto a centímetros de Hunter. Ele sentiu o álcool no hálito dela e bastou uma olhada mais cuidadosa e encontrou a garrafa com um líquido amarronzado.
— Uísque? Sério?
— É sexta-feira. Tá liberado.
— Uísque é horrível e definitivamente vai deixar todo seu trabalho porco.
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Contrato de Casamento: Olivia e Sebastian em seu (in)felizes para sempre
RomanceOlivia Sartori e Sebastian Ferrante são o pesadelo um do outro. Nas palavras dela, ele é um irresponsável idiota. Nas palavras dele, ela é uma rainha megera de coração tão frio quanto o Polo Norte. Porém, assim como suas funções na empresa em que tr...