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"The fact that we can sit right here

And say goodbye,

Means we've already won."

(Walking In The Wind)


SEBASTIAN

Os dias pareciam voar e eu quase conseguia entender o porquê de Olivia passar boa parte do ano irritada com alguma coisa.

Se já era difícil para ela — que todo mundo sabia que era jogo duro — assumir a liderança da equipe, para mim que, para ser sincero, não era lá muito organizado era quase impossível.

Estávamos chegando no final da primeira semana e só então o pessoal estava começando a levar o que eu dizia a sério.

Em algum plano espiritual e abstrato, a parte inconsciente da mente de Olivia deveria estar ciente daquele fato e estar se regozijando do meu sofrimento.

No entanto, ela não havia mentido quando disse que havia deixado tudo preparado antes de ir embora: toda vez que eu me encontrava aparentemente num beco sem saída, eu acabava descobrindo algum caminho cuidadosamente traçado nas suas anotações para resolver o problema.

Ouvi Mia conversando com Marco que mais cedo Sartori havia ido até o RH da empresa, — provavelmente para pegar a carta de recomendação pendente — mas nós não havíamos nos encontrado.

Ela não tinha respondido minhas mensagens, nem deixado recado na minha caixa postal, nem tentado me ligar novamente.

Me senti um idiota por não ter atendido sua ligação naquela noite, por ter perdido a oportunidade, mas parte de mim ainda queria pagar para ver.

A Olivia Sartori que eu conhecia nunca deixaria barato alguém assumir suas responsabilidades por ela.

Eu estava a desafiando e sabia que ela não recusava um desafio.

A questão era se ela ainda era a Olivia que eu achava que conhecia.

No fim do expediente daquela sexta-feira, a avenida principal estava uma comoção só. Parte da pista estava interditada e havia câmeras e tripés para todo o lado. Não era incomum usarem aquele ponto da cidade para gravarem cenas de filmes, videoclipes ou sessão de fotos, contudo não deixava de ser um saco e me fazer questionar minha escolha ecológica de usar o transporte público. A mobilidade ficava terrível e levava horas para eu chegar em casa.

Suspirei e olhei de volta para o prédio da B&T, de onde eu tinha acabado de sair.

Não, eu não podia estar considerando subir para adiantar trabalho, não mesmo.

Sartori, sua infeliz. Certeza que está fazendo algum tipo de oração para se vingar por eu ter pagado seu aluguel. Mulher infernal!!

— Sebastian? Sebastian Ferrante?

Ouvi alguém me chamar no meio da multidão. Uma voz conhecida, mas que eu não ouvia há muito tempo.

Mais de cinco anos para ser mais exato.

Eu estava prestes a passar pelas portas giratórias da recepção quando dei um passo para trás e me virei, escutando o som do salto batendo na calçada.

Vindo em minha direção estava Eloise.


OLIVIA

algumas horas antes

Esperei enquanto minha carta era digitalizada e percebi uma das meninas do RH me analisando de cima a baixo.

Contrato de Casamento: Olivia e Sebastian em seu (in)felizes para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora