"As i feel myself fall,
Make a joke of it all."
(Moments)
OLIVIA
Acordar com Sebastian grudado em mim já não era tão surpreendente nem assustador quanto na primeira vez.
Para quem gostava de reclamar que eu reivindicava a maior parte da cama por ser espaçosa, Ferrante era extremamente grudento.
Verdade seja dita, às vezes eu acordava com um braço ou uma perna jogada sobre ele, mas Sebastian simplesmente me prendia com seus braços.
E o pior, era como cair em areia movediça, quanto mais você se movia mais presa você ficava.
No começo, eu achava que era só ele tentando me irritar, mas sua respiração sempre estava profunda e seus olhos não vacilavam uma vez sequer.
Tentei me mexer só para testar como estaria minha sorte naquele dia e se ele me deixaria levantar sem ter que guerrear com seus braços.
Mas foi uma péssima — péssima e terrível — ideia.
Sebastian afundou o rosto nos meus cabelos, que tinham se soltado durante a noite. Percebi ele inspirando profundamente, seu braço era uma prisão em volta da minha cintura.
Ele murmurou alguma coisa, sua voz rouca e pesada, seu peito grudado nas minhas costas.
— Seb... — sussurrei entre um risinho nervoso. — Não é engraçado.
Ferrante não respondeu, pelo menos não com palavras, seu braço se afrouxou e eu quase dei graças a Deus, não fosse pelo caminho que sua mão começou a trilhar.
Àquela altura, eu já tinha autonomia suficiente para sair, mas fiquei paralisada quando a mão se espalmou na minha coxa nua. O toque de Sebastian era como brasa na minha pele, não doía, nem ardia, mas aquecia meu interior.
Senti minha respiração ficar pesada, meu coração se rebelar no peito quando seus dedos deslizaram para cima, passando pelo tecido leve do shorts que eu usava por baixo da camisola.
Ele murmurou mais alguma coisa no seu tom sonolento, mas mesmo eu não conseguindo discernir, todo meu corpo respondia, se arrepiando, querendo se rebelar contra minha força de vontade e pressionar-se contra o dele.
Sua mão tocou a pele da minha barriga e eu arfei baixinho.
O toque de Sebastian era seguro e firme, mas calmante.
Fechei os olhos imaginando o que aconteceria se eu ficasse ali, se sua mão subisse mais um pouco descobrisse que não havia barreira nenhuma entre seus dedos e meus seios, se ele ousaria explorar mais do meu corpo, se a sensação dele me tocando seria o suficiente para aplacar toda a confusão da minha cabeça. A mão de Sebastian não tinha pressa, embora eu percebesse que seu corpo estava tão inquieto quanto o meu. Seu peitoral pressionava minhas costas como se quisesse que eu ficasse impossivelmente mais perto.
Minha imaginação não teve muita paz, pois minha consciência tinha hipóteses muito mais reais: o que aconteceria quando Ferrante percebesse o que estava fazendo, quando ele visse que era eu que estava ali e ninguém mais.
A visão da culpa que tomaria seus olhos era tão real que poderia estar acontecendo naquele momento. Ele se sentiria péssimo. Se perguntaria por que eu havia esperado tanto tempo para parar com aquilo.
O que eu responderia?
Devo ter feito algum movimento indicando que iria levantar porque o braço de Sebastian voltou a me prender contra si.
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Contrato de Casamento: Olivia e Sebastian em seu (in)felizes para sempre
RomanceOlivia Sartori e Sebastian Ferrante são o pesadelo um do outro. Nas palavras dela, ele é um irresponsável idiota. Nas palavras dele, ela é uma rainha megera de coração tão frio quanto o Polo Norte. Porém, assim como suas funções na empresa em que tr...