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"I wanna reach out for ya

I wanna break these walls"

(Diana)


OLIVIA

As pessoas diziam que era um passo de cada vez.

Embora eu me sentisse mais leve depois de ter me aberto com Sebastian, minha mente não me deu descanso, pensando em todas as formas de como aquilo poderia dar errado.

Começando comigo sendo patética e terminando com um meteoro caindo na Terra e estragando toda a esperança que eu ameaçava cultivar.

Ou seja, enquanto a respiração de Sebastian ficou pesada e ele acariciava parte do meu rosto até seus movimentos se resumirem ao subir e descer do peito, eu continuei acordada, guardando cada detalhe do seu rosto e dos seus movimentos durante o sono.

Pensando e pensando...até a primeira luz do dia começar a aparecer entre as cortinas do quarto e eu me sentir exausta.

Olhando a hora no relógio do celular, eu percebi que seria em vão tentar dormir logo quando a primeira ronda dos enfermeiros estava prestes a começar e, provavelmente, Sebastian receberia alta. Seria apenas o tempo de fechar os olhos e ser acordada por algum funcionário do hospital.

Decidi que tomaria um café, mas, na primeira tentativa de sair dos seus braços, Ferrante apertou ainda mais o braço que mantinha em volta do meu corpo.

Ele murmurou algo ininteligível e eu me perguntei se ele estaria sonhando comigo novamente. Como no outro dia.

Se seu sonho estava sendo tão...animado quanto naquela vez.

Lutei contra o impulso de pressionar ainda mais o meu corpo contra ele para tirar aquela dúvida e respirei fundo.

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Não sabia porque Sebastian me deixava tão no limite daquela forma.

Eu tentava me enganar e dizer que o motivo era porque fazia um bom tempo que eu havia estado em uma situação de intimidade com alguém, mas seria mentira.

Era clichê, mas era a verdade — uma verdade bastante preocupante por sinal: Nenhum homem tinha feito com que eu me sentisse da mesma maneira que Sebastian fazia.

No início do nosso relacionamento, Max chegava perto, mas ainda assim não era a mesma coisa.

Max me tocava e meu corpo respondia, mas com o homem deitado ao meu lado era diferente. Bastava um olhar seu, um sorriso. Às vezes, nem isso. Bastava ele entrar no mesmo cômodo que eu e meu corpo reconhecia sua presença.

Era vergonhoso admitir que não era uma coisa tão recente nem que havia apenas começado com o nosso contrato. Muitas vezes eu me pegava observando-o por segundos a mais do que a prudência aprovaria. O seu terno bem cortado, sua postura, os sorrisos absurdos que desarmariam qualquer um.

Antigamente aquilo costumava me enfurecer porque chamava minha atenção mais do que deveria. Naquele momento, me fazia com que eu agisse de formas impulsivas como na noite anterior.

Não me arrependia de nada que tinha dito, mas ainda me perguntava como deveria ter sido aos olhos dele.

Será que ele me achava emocionada demais? Estávamos juntos por apenas uma semana e meia e parte desse tempo nós nem mesmo tínhamos estado juntos de fato.

No entanto, Sebastian, me parecia agora bem categórico com seus sentimentos, ele não tinha interesse nem necessidade nenhuma de alimentar minhas ilusões — assim como ele dizia que não alimentava nenhuma expectativa das mulheres com quem passava a noite.

Contrato de Casamento: Olivia e Sebastian em seu (in)felizes para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora