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"So tell me you believe in love

'Cause it's not an illusion to me"

(Illusion)


OLIVIA

Algumas mãos me guiavam para dentro de um lugar que eu não fazia a mínima ideia de qual seria.

Risinhos femininos eram ouvidos e cochichos.

Depois do jantar, Sebastian e eu fomos sequestrados aparentemente. Cada um para um lugar diferente.

E, comigo, resolveram levar o sequestro muito a sério porque eu estava usando uma venda para os olhos e tive a leve impressão de alguém sugerir colocar um saco preto na minha cabeça.

Eu não era lá a pessoa mais agradável, mas caramba, isso era o quê? Vingança?

Comentei isso com a única pessoa que eu tinha certeza de quem era ao meu lado: Patricia.

Ela segurava meu braço e apenas ria.

— Se você acha que já sentiu vergonha um dia, hoje você vai descobrir que não era nada comparado a isso.

— Ai, meu Deus, não me deixa nervosa, Patricia.

— Você já está nervosa, meu amor. — ela rebateu ainda rindo. E então chegou perto do meu ouvido para dizer:— Sabe, toda essa organização está me fazendo ter uma visão muito diferente das senhoras casadas dessa cidade. Um bando de desavergonhadas.

Quando eu estava quase certa que estavam me levando para um prostíbulo, me impediram de continuar andando e me colocaram sentada em uma cadeira.

Alguém comentou do meu outro lado:

— Aproveita que esse é o melhor lugar possível para ficar!

Quando tiraram a venda dos meus olhos ainda era como se eu estivesse cega. O cômodo estava escuro exceto por poucas luzes num tom roxo que me fizeram realmente acreditar que eu poderia estar num bordel. No entanto, uma luz forte foi acesa na minha frente, me fazendo perceber que estávamos numa espécie de mini teatro, com um pequeno palco bem na minha frente.

Outras luzes começaram a piscar ali em cima e então cinco homens vestidos de preto entraram, ou melhor, praticamente marcharam se posicionando no palco.

Não era possível.

Ok, aquele era o tipo de coisa que tinha em filmes, de jeito nenhum as matronas da minha cidade curtiam contratar uns caras para dançar para elas de vez em quando só para quebrar o padrão e aliviar o estresse do dia a dia.

Quer dizer, aquilo bem que poderia ser algo especialmente para a minha despedida de solteiro, mas pelo jeito que algumas delas acenavam com familiaridade para uns enquanto outras gritavam o nome de outros, eu supunha que não era o caso.

Uma música animada começou a tocar e os cinco rapazes que não deveriam ter mais do que 30 anos começaram a dançar bem sincronizados.

Eu olhei em volta para gravar os rostos das mulheres ali, só para gravar na mente se algumas delas eram as mesmas que olhavam torto para minha irmã quando ela e meu cunhado estavam se engolindo apaixonadamente em público antes de se casarem, ou se eram alguma das que mudavam de calçada ao verem Otávio e seu marido, ou até as que me censuravam, juntamente com Max, quando eu usava alguma roupa que eles julgavam "reveladora demais".

Mas minha mãe — que estava bem no canto rindo e aplaudindo como se não houvesse nada mais divertido no mundo do que ver homens bonitões dançando — deveria ter feito algum filtro de quem estaria ali comigo.

Contrato de Casamento: Olivia e Sebastian em seu (in)felizes para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora