Capítulo Extra - I

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Aproximadamente 3 meses antes

— Mia, minha querida, se você puder por gentileza sentar e escolher roer suas unhas em sinal de nervosismo em vez de ficar andando de um lado para o outro, eu agradeceria muito.

Olivia nem ao menos levantou o olhar para encarar a menina, os papéis espalhados pela mesa eram semelhantes demais para se dar ao luxo de desviar a atenção e acabar tendo que começar tudo de novo.

Ela já tinha feito isso: começado e recomeçado a revisão umas trezentas vezes.

— Perdão, senhorita Sartori. Me desculpa mesmo. — A assistente se sentou na cadeira livre.

— É Olivia, Mia. Olivia.

A menina a ignorou, como em todas as vezes que sua superior a corrigia sobre aquele assunto.

Ela sempre argumentava com:

Sartori é tão bonito

ou

É o costume

ou

É em sinal de respeito

ou

É para todos seguirem o exemplo.

Olivia não rebatia, embora não pudesse encontrar uma única pessoa que não a tratasse com o devido respeito naquele setor.

Quer dizer, isso não se aplicava a Sebastian Ferrante.

Muita coisa não se aplicava a ele.

Ela sempre chefinha para lá (embora ela não fosse chefe dele, ainda), ditadora para cá.

Oliviazinha e General Sartori.

E claro os mais infames como: potinho de azeitona e azeite de Olivia.

Sartori nunca riria sobre aquilo na frente dele, mas um dia se pegou rindo sozinha em casa ao lembrar do apelido ridículo e idiota.

— O que houve, Mia? Por que está inquieta?

— Júlio e eu terminamos.

Olivia ergueu a cabeça.

— Sinto muito. Você está bem? — ela esticou o braço para tocar a mão da assistente.

— Não precisa sentir muito, pelo menos não por mim. Eu terminei com ele. Minha tia que é amiga da mãe dele disse que não come nada desde ontem.

Olivia recolheu o braço.

— Você terminou com o cara que te mandava flores e chocolates semana sim e semana não? O que ele fez?

Mia deu uma risada sem humor.

— O problema é o que ele não fez, na verdade. — Ela suspirou. — Ele é lindo e carinhoso e amoroso, mas não tem aquela faísca, sabe? Aquele ar eletrizante. Parece que estar com ele é só para cumprir algum pré-requisito que estabeleceram para mim.

— Certo, mas você sabe que paixão não dura para sempre, não é?

Mia assentiu com a cabeça.

— Mas, eu acredito que quando a gente gosta de alguém de verdade, mesmo que os anos passem, sempre dá aquela fisgada no coração ao ver a pessoa. Aquele sentimento de alívio porque, é isso, você encontrou quem deveria e agora está em casa. Está tudo bem.

Olivia queria dar uma risada amarga.

Se amor fosse a noção que Mia tinha, ela havia parado de amar Max há um bom tempo antes de tudo acontecer.

Contrato de Casamento: Olivia e Sebastian em seu (in)felizes para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora