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"One touch, and I was a believer

Every kiss, it gets a little sweeter

It's getting better

Keeps getting better all the time, girl"

(They Don't Know About Us)


OLIVIA

— Aí está você! Quer dar um passeio na roda gigante? Ela fecha em...— Peguei meu celular no bolso para conferir o horário. — Cinco minutos.

Encontrei Sebastian encostado em uma das barracas da família de Patricia. As peças já haviam sido guardadas e o irmão dela apenas se preparava para cobrir a estrutura.

— Tá tudo bem? — perguntei, me aproximando de Sebastian e colocando as mãos no seus ombros.

— Ainda não consegui me acostumar com você em meu espaço pessoal. — ele disse com um sorrisinho de canto. E então arregalou os olhos e pôs as duas mãos sobre a boca: — Eu não acredito... isso seria facilmente algo que você diria em outro contexto.

Cutuquei seu braço com mais força do que o necessário.

— Eu não sou antissocial, Sebastian. — Ele me encarou, colocando as mãos na minha cintura.

— Você entra na sua salinha, põe os fones de ouvido e só sai se for para reclamar com alguém, geralmente reclamar comigo, ou tomar aquele café horroroso que a Angela faz e que um dia vai te matar.

Dei um risinho.

— Eu sou muito atarefada.

— Eu também? Mas a maior prova que tive que você é antissocial foi quando descobri esses dias que você fica ouvindo podcasts e audiobooks no fone. Quer dizer, você deve mesmo odiar pessoas para escolher isso à interação humana.

— Isso se chama otimizar tempo. Trabalho enquanto faço algo que me relaxa.

Sebastian fez uma careta e eu continuei:

— Por exemplo, enquanto me mato gerenciando coisas da sua equipe, fico ouvindo podcasts de true crime acumulando ideias de como matar você.

— Tsc tsc... Isso é um absurdo, Sartori. — Ele me puxou para perto, nossos corpos colados. Ferrante aproximou sua boca da minha. — Eu sou um anjo na sua vida.

— Um anjo caído...— sussurrei, roçando minimamente meus lábios com os seus e então me afastei no exato momento em que Sebastian pensava em avançar para me beijar. — Vamos perder a roda gigante.

— E depois eu que sou o demônio? Entendi.

Meia dúzia de pessoas também tinha decidido dar a última volta do dia na roda gigante e nós acabamos ficando no meio da pequena fila.

— E então? — chamei a atenção de Sebastian, que, no caminho da barraca de Patricia até ali, tinha ficado calado a maior parte do tempo. Ele me abraçava por trás, o queixo apoiado no meu ombro, mas completamente em silêncio.

— Hm? — Ferrante disse, voltando para o planeta Terra.

A fila andou.

— Você não respondeu se estava tudo bem, desviou completamente o assunto e agora parece estar tão presente quanto um pai que foi na esquina comprar um cigarro.

Sebastian soltou o ar pelo nariz, rindo.

— Eu estou bem. Só estou...pensando em algumas coisas.

Senti meu coração começar a acelerar. Minha mente começava a fabricar possíveis caminhos que a conversa de Julie com Sebastian poderia ter seguido.

Contrato de Casamento: Olivia e Sebastian em seu (in)felizes para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora