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"You'll never love yourself half as much as I love you

And you'll never treat yourself right, darling, but I want you to

If I let you know I'm here for you

Maybe you'll love yourself like I love you"

(Little Things)


OLIVIA

As lágrimas estavam na sua trégua de quinze minutos.

Tinha sido assim desde que Patty me empurrou para dentro de casa.

— Você não tem que ficar lá fora ouvindo essas merdas. Não mesmo! — ela disse, assim que passamos pela porta. — Por favor, Oli, não deixe o que esse cretino falou te assombrar. Você sabe que é melhor do que tudo isso, não sabe? Oli?

Patty me chamava, mas eu estava encarando um ponto na parede.

Pisquei, voltando minha atenção para ela.

— Eu quero ficar um pouco sozinha, Patty. Eu... só preciso respirar. — falei, apontando na direção das escadas.

Minha amiga me olhou por um instante e então assentiu com a cabeça e então veio até mim e me envolveu num abraço apertado.

Eu conseguia ver que ela estava tão agitada quanto eu, sabia que Patty também estava lembrando do estado em que fiquei da outra vez. Quando descobri tudo sobre Max.

— Sinto muito. — ela disse baixinho, virando o rosto para dar um beijo na minha bochecha. Vai ficar tudo bem.

Mas não iria.

Engoli o bolo que se formava em minha garganta.

Quando fui para o quarto, estava me sentindo fora do meu próprio corpo.

E agora eu estava ali: uma represa era aberta em meus olhos por cinco minutos ininterruptos e então as lágrimas paravam por quinze minutos.

Apenas para voltarem com mais força.

Passaram-se quase uma hora e meia e o volume de lágrimas tinham diminuído, mas o ritmo continuava constante.

Eu nem sabia direito porque estava chorando.

Se era pela lembrança de tudo que passei por Max, ou pela sensação de perda que tinha virado minha companheira durante os últimos anos do nosso relacionamento, ou por ver ele vivendo sozinho uma vida que poderia ter sido nossa se não fosse minha...falha, como ele fizeram questão de enfatizar mais uma vez.

Ou talvez por perceber, de novo, que o homem que eu amei um dia não mediria esforços para me machucar, cada vez mais intensamente.

Maximus sabia muito bem o que estava fazendo ao dar aquela notícia naquele lugar, naquele momento.

Senti como se cada uma de suas palavras fosse uma afronta direta a mim. A tudo que eu não consegui ser. A tudo que eu nunca seria.

Era repugnante.

Ele sabia como me afetaria. E eu sabia que nunca deveria baixar a guarda na sua presença, mas ainda assim foi uma surpresa.

Um choque.

Vi a miríade de dúvidas percorrer o rosto de Sebastian e uma delas com certeza era se eu ainda sentia algo por Max a ponto de me sentir afetada por ele ter mais um filho com Rebecca.

Eu não merecia tê-lo. Nunca mereceria.

Não enquanto achasse que era bem mais fácil deixar que ele questionasse meus sentimentos do que eu contar toda a verdade.

Contrato de Casamento: Olivia e Sebastian em seu (in)felizes para sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora