(Vol. VII) Ano IV p.e. ⎥ Nova Ordem.

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O SOM DAS NOSSAS RESPIRAÇÕES falhas era a única coisa ouvida dentro daquela sala de jantar durante algum tempo

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O SOM DAS NOSSAS RESPIRAÇÕES falhas era a única coisa ouvida dentro daquela sala de jantar durante algum tempo. Parecia que o silêncio fúnebre havia se tornado um grande manto sufocante e nenhum outro som seria ouvido a seguir.

Eu permaneci sentada na cadeira da ponta daquela enorme mesa retangular por não conseguir mover um músculo se quer. Com Michonne sentada à minha esquerda enquanto Rick ocupava o lugar à minha direita. Todos nós mergulhados em um pequeno momento desconcertante dentro de uma espiral de dor.

Mantive o meu olhar em direção às minhas mãos unidas sobre a mesa escura. Elas tremiam muito. E tentei me acalmar encarando as unhas curtas dos meus polegares enquanto as lágrimas pesadas que escapavam dos meus olhos arrasados pingavam sobre a superfície, ou escorriam por minhas bochechas, molhando meus cílios. Precisei apertar os meus dedos com força.

— Ele está morto? — A minha pergunta era inútil. Eu tinha total certeza da resposta afirmativa. Isso estava me destruindo nos últimos minutos. Mas, falar em voz alta parecia doer menos do que simplesmente me sufocar com a ideia presa em minha garganta. — Glenn está morto? O nosso Glenn? — Repeti de forma desconcertada enquanto ainda não ousava encarar os outros dois diretamente.

Sentia que poderia morrer de tristeza se os encarassem.

Consegui notar uma das mãos do xerife tremer rapidamente como um espasmo aflito. O fazendo levar a mesma mão até o rosto e coçar a sobrancelha com o polegar para disfarçar. Porém, os meus olhos já estavam novamente presos em sua imagem decadente. Tornando tudo ainda mais insuportável quando me dei conta, mais uma vez, do que aquilo significava.

Eu havia perdido muitas pessoas durante todo esse tempo em que me mantive caminhando sobre a terra dos mortos-vivos. Mas a realidade era que você nunca estava preparado para esse momento. Perder alguém.

Você nunca acreditava realmente na ideia de que um dia perderia aqueles perto de si. Isso era um fato, pois o nosso subconsciente nos fazia acreditar nisso, que éramos invencíveis, e isso nos ajudava a não enlouquecer todas às vezes que precisávamos continuar vivendo pela manhã.

Porém, agora a realidade nos mostrava o quão vulneráveis éramos. O quão ingênuos fomos em acreditar que estávamos imunes ao fim prematuro. E isso doía. Doía como se a minha pele estivesse sendo arrancada do meu corpo fatia por fatia. Lenta e dolorosamente. Como se alguém jogasse sal por cima da carne viva.

— Por que alguém faria isso com ele? — Perguntei para mim mesma quando o meu rosto se franziu de tristeza e desviei os olhos até a mesa mostrando-me ofendida. — Como alguém poderia ser tão cruel à ponto de... — As minhas palavras se cortaram quando mais lágrimas foram fortemente expulsas de novo. Me fazendo suspirar baixinho tentando me conter.

Imagens do nosso ataque contra a base dos Salvadores naquele prédio de antenas vieram à minha mente como um choque de realidade. Todos nós sabíamos muito bem porque aquilo tinha acontecido. Só não queríamos admitir que fomos pegos em nosso próprio triunfo. Isso me fez prender a respiração e tremer com angústia mais uma vez.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora