STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. VII) Ano IV p.e. ⎥ Para sempre.

A PAISAGEM CORRIA RAPIDAMENTE do outro lado daquelas janelas fechadas.

O caminho parecia fácil, mas o tempo estava fazendo o seu trabalho, e sem a manutenção necessária na pavimentação tudo parecia estar se deteriorando devagar naquele asfalto.

Folhas secas cobriam quase todo o cinza e voavam a favor do vento como confetes em um Mardi Gras. Os meus olhos atentos observavam a dança natural tão sombria delas enquanto mordedores em deterioração eram atraídos pelo barulho daquele motor. Esticando suas mãos putrefatas em nossa direção quando tentavam alcançar o SUV sem qualquer sucesso, e ficando para trás assim que apenas desviávamos com agilidade.

As mãos de Daryl se mantinham baixas e quase na altura do próprio colo se não precisasse segurar aquele volante com precisão. Era quase como se o caçador pudesse dirigir sem usá-las, apenas movimentando os seus pés entre o acelerador e o freio. Trazendo os seus dedos com naturalidade até a marcha e a trocando conforme era necessário.

Virei os meus olhos atentos em sua direção mais uma vez desde quando saímos de Hilltop. O observando durante algum tempo enquanto ele permanecia concentrado na missão de guiar aquele automóvel. E os meus pulmões pareceram levemente mais pesados quando um arrepio frio se alojou em meu estômago.

Uma imagem muito parecida surgiu em minhas memórias, mas ao mesmo tempo era tão diferente. Uma estrada sem um fim aparente, um veículo em alta velocidade, os seus olhos brilhando abençoados pela luz natural vinda das janelas e o cenho levemente franzido como se estivesse confuso com os próprios pensamentos.

Porém, era tudo completamente distorcido. E eu nem ao menos estava falando da sua aparência mais máscula e crescida do que anos atrás. O cabelo curto e uma camisa xadrez sem mangas sendo trocada pelo colete de asas, jaqueta e cabelo comprido. Na verdade, a sua maturidade chamava muito mais a minha atenção do que a beleza rústica que nunca havia o deixado.

Houve um tempo, quando ele me perguntou se eu estava pensando em deixar o grupo por causa de Shane... Quando ele me prometeu que me protegeria do desgraçado se eu ficasse, mas sempre acabava me magoando em seguida... Que eu realmente acreditei ser impossível estarmos exatamente naquele ponto e naquele momento.

E, abençoada seja a minha paciência, como eu estava feliz por estar errada.

Ninguém poderia me convencer do contrário.

— 'Tá encarando de novo... — Ele comentou com a voz rouca sendo expulsa da sua garganta de maneira baixa e sem preocupações quando mudou a marcha mais uma vez para diminuir a nossa velocidade assim que alcançamos uma estrada mais esburacada.

Virei o meu rosto para o para-brisa de novo e puxei as minhas pernas até o assento do banco. Apoiando os dois pés cruzados contra o painel do carro e voltando a levar a pera que estava em uma das minhas mãos até os meus lábios quando me afundei mais confortavelmente no estofado velho.