(Vol. VII) Memórias VII│❝Adel.❞

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CONTINUEI OLHANDO PARA a minha bicicleta apoiando as minhas mãos em meus joelhos ao me abaixar bem ao seu lado

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CONTINUEI OLHANDO PARA a minha bicicleta apoiando as minhas mãos em meus joelhos ao me abaixar bem ao seu lado. Ela tinha adesivos de flores rosas sobre a camada de tinta roxa e, além disso, os dois pompons brilhantes variavam entre rosa, roxo, turquesa e prata, presos um em cada um dos seus guidões.

Mesmo assim, aquilo não me deixava feliz, afinal, Lauryn havia ficado brava mais uma vez. Ela havia encontrado o número de alguém no porta-luvas de Roy quando procurou por um walkman "emprestado" e agora a mamãe estava gritando mil perguntas furiosas para ele dentro do trailer.

Antes disso, mamãe havia ficado brava por Lauryn estar revirando as coisas do namorado. Fazendo com que Roy também ficasse furioso e agarrasse o braço da minha irmã com mais força e a sacudindo, causando uma marca que, provavelmente, ela teria que esconder antes de irmos para a escola amanhã. Ninguém poderia ver.

Por causa disso, Lauryn havia descontado a dor que sentiu em mim. Ou melhor, em minha bicicleta. Quebrando a sua corrente que faria com que as rodas girassem com a ajuda dos pedais. E agora não era mais tão legal andar nela.

Peguei a corrente quebrada da calçada e prestei muita atenção se conseguiria consertá-la, mas eu não tinha ideia de como faria isso. Minhas mãos já estavam sujas de graxa e eu sabia que provavelmente apanharia se chegasse em casa suja também. Mamãe odiava sujeira, ela me fazia escovar os dentes várias vezes até doer.

Voltei a olhar para a coroa aonde a corrente deveria estar e acabei sentindo os meus olhos arderem quando senti vontade de chorar. Papai ficaria triste quando soubesse que ela havia sido quebrada. E, mais uma vez, eu não poderia dizer que tinha sido Lauryn. Teria que dizer que havia sido eu e isso o deixaria pior.

Papai havia me dado a bicicleta há uma semana e ela ainda era novinha em folha, brilhante e bonita. Mas ele não poderia saber que havia sido Lauryn, ou ela cortaria o meu cabelo de novo.

Os gritos da mamãe podiam ser ouvidos do lugar aonde eu ainda estava abaixada. Roy gritava de volta com a força da sua voz rouca enquanto a chamava de "vadia maluca", quebravam coisas e Honey latia enlouquecidamente junto com Cho-Cho. Não era uma boa ideia voltar para lá e contar o que havia acontecido com a minha bicicleta nova.

Percebi quando o garoto pálido virou a esquina do parque de trailers e começou a caminhar em minha direção, na mesma calçada aonde eu estava. Ele tinha um cabelo claro, olhos azuis e vestia roupas bem largas para o seu tamanho. Além de carregar um garrafão de leite pendurado pela alça em uma de suas mãos, como se estivesse vindo do mercado.

Voltei a olhar para a corrente em minha mão quando ignorei a sua presença assim que ele se tornou mais próximo. Porém, quando o garoto passou por trás das minhas costas, ele pareceu querer ser notado ao apoiar aquele garrafão sobre a minha cabeça como uma espécie de chapéu de brincadeira.

— Olha a cabeça aí... — Brincou equilibrando aquela garrafa em mim por um segundo e então continuou caminhando com sua risadinha baixa como se essa fosse a melhor piada do mundo. Mas, ele pareceu ver alguma coisa que o interessou. — Hey, qual é o problema nela? — Ele parou há alguns passos de mim e virou levemente quando percebeu a bicicleta parcialmente quebrada.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora