STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. VIII) Ano VI p.e. ⎥ Em seus planos.

HÉLICES GIGANTES GIRAVAM NO CÉU como braços que acenavam. A estrutura em completa madeira era tão alta quanto um farol, mantinha a aparência de uma robusta torre e possuíam quatro grandes pás que se prendiam em formato de cruz bem em frente à construção. 

Um perfeito e pesado moinho de vento amarronzado, feito pelos trabalhadores de Hilltop e recentemente inaugurado.

Os meus olhos semicerrados queimavam em direção à um céu extremamente azul. Observava o moinho como um sonho realizado. Era assim como eu me sentia todas às vezes em que um projeto era finalizado e com esse não seria diferente. 

Aliás, era bom ter um pouco de alegria depois da horrível explosão naquela ponte ter levado uma pessoa tão querida. Talvez duas, mas uma delas ainda estava viva, eu acreditava.

Maggie havia me convidado para vistoriar aquele moinho assim que as obras acabaram. A mulher agora permanecia ao meu lado naquele terreno esverdeado dentro de Hilltop, com suas mãos apoiadas na alça do carrinho de bebê aonde Hershel Jr. estava, enquanto eu também empurrava o carrinho aonde Devyn se encontrava.

— Parece firme. — Comentei com os olhos ainda direcionados para toda a estrutura imponente à nossa frente. E acabei desviando o olhar mais sorridente para a Rhee bem ao meu lado.

— Está perfeito. — Elogiou com um sorriso orgulhoso. — Com o novo moinho, aumentaremos a elevação da água e conseguiremos acelerar o processo de moagem dos grãos. Isso vai reduzir os esforços e aumentar a produção. — Defendeu com a sua voz calma e baixa ao meu encarar também. — Graças a você. — Acrescentou, como se soubesse que eu precisava de um pouco de ânimo.

— Graças a todos nós. — Corrigi humildemente, desviando os meus olhos para a cabeça dourada do garoto sentado naquele carrinho abaixo das minhas mãos, brincando com o seu esquilo de pelúcia.

Um sorriso orgulhoso surgiu em meu rosto em resposta ao dela, porém, ainda era claramente evidente sentir toda a melancolia permeando cada um dos meus gestos como as cordas de uma marionete. Roubando a cor dos pequenos bons momentos, dia após dia.

Eu gostava de ser útil para a comunidade. Gostava de fazer as coisas certas e ajudar todos a crescerem e se manterem seguros dentro daqueles muros. Isso fortalecia a minha segurança e realização pessoal também. 

Mas, tudo ainda parecia muito sem graça e sem cor quando eu me lembrava de algo que queria dizer ao Dixon e ele simplesmente não estava lá para ouvir. Ou para compartilhar alguma nova mudança no crescimento de Devyn e ele não estava lá para ver. Doía em meu coração como um golpe afiado. Drenava toda a minha energia e vontade de continuar forte também.

Nos afastamos daquele moinho, nos esforçando para fazer uma baliza mais trabalhosa com aqueles carrinhos em um solo de terra e continuamos com os nossos passos juntos em direção ao campo de trailers um pouco mais afastado das áreas de construção e produção.