(Vol. VIII) Ano VI p.e. ⎥ Pais e filhos.

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A PORTA DO ALOJAMENTO continuava aberta mesmo sendo tão tarde, pois, eu me sentia sufocada

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A PORTA DO ALOJAMENTO continuava aberta mesmo sendo tão tarde, pois, eu me sentia sufocada. A escuridão permanecia ao nosso redor como uma pintura enegrecida sendo afugentada por todas as lâmpadas alaranjadas presas em pontos estratégicos das paredes, garantindo assim a iluminação sombria como um sonho lúcido.

O garoto continuava sentado em meu colo, apoiado contra o meu abdômen enquanto eu permanecia sentada naquela cadeira de balanço perto do seu berço. Deixando que Devyn bagunçasse com suas mãos o livro infantil que Tara havia mandado de presente e eu segurava na frente do seu corpo.

Os meus olhos melancólicos iam em direção à porta aberta a cada segundo. Era como se eu pudesse sentir que a garota ruiva apareceria através dela a qualquer momento para me acusar por sua morte. Isso acionava os meus nervos com aflição e arrepiava a minha pele como um mau agouro.

A poça de sangue havia sido limpa do chão em frente à porta daquele quarto, porém, ainda era possível notar a enorme mancha vermelha que secou no concreto maciço, me lembrando instintivamente o que havia acontecido. Sabendo que era completamente fruto da minha imaginação estar sentindo o cheiro metálico de ferrugem por todos os lados. Ou, sentindo os olhos de Frankie me fitando com mágoa.

— Olha... É um porquinho. — Mostrei a imagem artesanal pintada no papel em uma das páginas quando tentei desviar os meus pensamentos daquelas sensações ruins, mas o garoto estava mais preocupado em agarrar e puxar as partes da página como uma brincadeira.

A sombra mais escura tomando a entrada fez o meu coração sobressaltar com os olhos arregalados em direção à porta. Contudo, tentei acalmar os meus nervos assim que notei o xerife dando leves batidinhas com o seu indicador contra a madeira para se anunciar.

— Posso entrar? — Pediu, dentro do seu tom tranquilo, mas ao mesmo tempo tão firme.

— Você já está dentro, xerife. — Respondi esboçando um sorriso calmo. — A casa é sua. Literalmente. — Brinquei vendo o seu rosto também se tornar risonho enquanto abaixava os seus olhos e se aproximava balançando a cabeça como uma piada exausta.

— Como ele está? — Questionou alcançando o espaço que aquela cadeira de balanço ocupava e então se permitiu sentar sobre a cama de casal há poucos passos de distância de nós.

Os olhos preocupados do Grimes pareciam um pouco culpados quando fitou o menino em meu colo.

— Siddiq o examinou. Apesar das queimaduras de sol, ele está bem. — O tranquilizei quando me referi às maçãs do rosto avermelhadas que Devyn carregava em suas duas bochechas. — Ele só é irritado demais para lidar com algumas coisas, mas ele é um Dixon, certo? — Brinquei dando de ombros.

Rick acabou rindo baixinho, apenas o suficiente para fazer o seu peito tremer quando se curvou um pouco e apoiou os cotovelos sobre as coxas ainda parecendo receoso.

— E como está Judith? — Perguntei quando o vi distante demais para estar ali comigo. — Sinto muita falta dela. — Acrescentei com um sorriso amigável assim que ele me encarou de volta.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora