(Vol. VII) Ano IV p.e. ⎥ Família.

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HAVIAM MUITOS CÔMODOS PARA se ocupar no Santuário, de fato

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HAVIAM MUITOS CÔMODOS PARA se ocupar no Santuário, de fato. Todos os corredores acima do piso térreo haviam sido transformados em alojamentos improvisados, como pequenos apartamentos simples, mas muito confortáveis, nesses dias difíceis após o império de Negan ser derrubado como um castelo de cartas.

O melhor andar de quartos, o último piso do estruturado arranha-céu de corredores, sempre foi destinado à realeza. Ou melhor, ao Negan e seus fiéis tenentes. Coisa que havia mudado completamente naquele momento, já que Daryl transformou tudo em um grande bairro suspenso para diversas famílias e se recusou firmemente à tomar qualquer um dos cômodos naquele andar como sendo nosso.

O caçador tentava não me transparecer todo o incômodo de estarmos ali, mas eu conseguia sentir no peso dos seus ombros, ou na tensão dos seus músculos, todas às vezes em que passávamos por pequenas salas escuras com portas blindadas. Lugares aonde Negan mantinha os seus prisioneiros e o local aonde eu sabia que o Dixon quase havia enlouquecido.

Ele se mostrava sempre indiferente. Forte. Talvez por não acreditar que valesse à pena se prender a dor de dias que já se foram, ou talvez para não me chatear conforme aquela gravidez ia avançando, mas, a verdade era que ter o seu cuidado e apoio durante os dias que se seguiram fez toda a diferença. Nós tínhamos uma prioridade e ela era muito mais forte do que apenas manter o Santuário funcionando.

Naquela manhã, as coisas não estavam tão diferentes do que vinham acontecendo nos últimos quatro meses. A minha rotina entre acordar, organizar e trabalhar era praticamente a mesma até o anoitecer, aonde jantar e dormir encerravam o meu dia.

Bom, aparentemente nada era diferente. Isso se passássemos a ignorar todas as mudanças em meu corpo, ou todo o trabalho que tínhamos para conciliar isso com o projeto de Rick em proteger e reerguer os Salvadores após a queda de Negan.

Siddiq havia me alertado, em sua última visita, que estávamos entrando no quinto mês e provavelmente à essa altura já estávamos na metade do sexto. Tudo parecia incrivelmente desconcertante e novo conforme as mudanças pareciam mais evidentes, contudo, aquela era a parte aonde eu me mostrava sempre indiferente, na esperança de não preocupar o caçador sempre tão atencioso.

Retirei a fronha do segundo travesseiro ao me posicionar ao lado da cama de casal. O dia mal havia começado e eu já estava pensando em trocar os lençóis. Esse era o máximo de esforço que Daryl me permitia fazer nos últimos dias. Principalmente quando tonturas e desconforto eram uma constância conforme eu permanecia muitas horas trabalhando de pé.

A porta do nosso alojamento permanecia aberta, pois eu me sentia sufocada pelo calor abafado daquelas paredes. Não era um cômodo muito repartido, ali dentro havia apenas alguns móveis mais importantes e outros objetos necessários que nos trariam conforto. Era como um típico apartamento de um único quarto com banheiro, aonde você deveria dividir o espaço da cozinha, quarto e sala usando apenas móveis e as divisórias imaginárias do seu cérebro. Porém, era espaçoso e essa foi a única forma de fazer Daryl aceitar um pouco do "luxo" de termos um lugar só nosso.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora