(Vol. VIII) Ano VI p.e. ⎥ Nervura.

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O SOM DE CIGARRAS SEMPRE ME pareceria reconfortante

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O SOM DE CIGARRAS SEMPRE ME pareceria reconfortante. Ouvi-las junto ao coaxar dos sapos no meio da noite soava como se o mundo não fosse tão impiedoso como parecia ser durante o dia, enquanto estávamos lutando contra mortos-vivos e driblávamos problemas de convivência.

Após o enfrentamento de Daryl e Justin, aquela "equipe" pareceu se dividir em dois times. Foi como se os dois se tornassem dois lados a se escolher na discussão e assim se separaram como uma fronteira. Tornando o clima um pouco mais pesado e o trabalho mais lento.

Já fazia um tempo em que eu havia voltado para a minha barraca após o jantar e dediquei algumas horas livres para estudar "Uma Chave Para O Futuro" que havia trago comigo, usando o bloco de notas para fazer algumas anotações de vez em quando, que eu não poderia esquecer e que, talvez, me ajudassem no futuro.

A noite parecia ter se estendido por tempo demais quando a mudança de temperatura invadiu os tecidos impermeáveis daquela barraca grossa e escura, mas eu continuei com aqueles estudos por mais um tempo com a ajuda do lampião carregado com luz solar e que me permitia ter um leve bico de luz branca mais eficiente, já que o mesmo estava pendurado bem na haste central que sustentava o teto daquela barraca.

Só pude perceber a movimentação em direção ao meu "refúgio" quando o visitante já estava praticamente na abertura de entrada. 

Daryl parecia uma sombra silenciosa com os seus passos macios e movimentos cuidadosos. Assim como os olhos atentos sempre soariam para mim como armadilhas. Apenas algumas das suas várias habilidades em ser um rastreador.

— Hey. — Ele me cumprimentou assim que entrou naquela barraca, se curvando um pouco por causa do tamanho mais baixo do teto, fechando o zíper que nos isolaria do restante do mundo e trazendo a Crossbow preparada em sua mão para o espaço levemente pequeno.

— Hey. — Respondi levantando o olhar em sua direção e examinando o seu rosto. Queria entender se o homem ainda estava furioso como da última vez que nos vimos, em seu enfrentamento contra o xerife. Entender o que se passava em sua cabeça.

O vi deixando a balestra no chão acima do que seria o seu travesseiro, mas era apenas um amontoado de um saco de dormir dobrado, mostrando que ele queria deixar as flechas prontas e no alcance de suas mãos, caso fosse necessário. E o seu corpo deitou rapidamente no espaço vazio ao meu lado, cruzando os tornozelos e apoiando as duas mãos atrás da sua nuca quando os seus olhos se fecharam parecendo cansado.

O seu peito relaxou junto com um suspiro baixo e eu observei o seu rosto por um breve momento. Eu sabia que ele conseguia me sentir o encarando. Não fazia ideia de como ele percebia essas coisas, mas ele sempre parecia há um passo à frente. E eu sorri com a possibilidade dele me conhecer o suficiente para isso.

Ele parecia calmo. Ainda conseguia sentir a nuvem cinza de frustração se prendendo ao seu corpo como uma sanguessuga, mas ainda assim me parecia mais controlado, ou conformado. Isso me fazia entender que o seu problema realmente não era comigo, ou, que eu não fazia parte do seu problema. Era um alívio.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora