(Vol. VII) Ano IV p.e. ⎥ Abençoados.

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HAVIA UM RELÓGIO DENTRO DAQUELE QUARTO

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HAVIA UM RELÓGIO DENTRO DAQUELE QUARTO.

Nós havíamos decidido retornar para Alexandria logo pela manhã. Isso significava que precisaríamos passar uma última noite em Hilltop, o que acabou acarretando na escolha daquele quarto cedido para mim por Maggie. A vida estava voltando ao normal, mesmo em sua medida tão regulada.

Não estava reclamando. As paredes amadeiradas ainda continham o papel de parede cor de damasco levemente envelhecido. Os quadros minúsculos ainda possuíam pinturas de natureza morta. A iluminação alaranjada era garantida pelas velas acesas abaixo de abajures refinados feitos de vidro, fazendo com que qualquer mínimo movimento se tornasse um fantasma sombreando as paredes, já que as janelas tinham suas cortinas de renda e veludo pesado completamente fechadas.

E também tinha o maldito relógio.

O som dos seus pequenos ponteiros trabalhando denunciavam que ainda funcionava, parecendo soar dentro da minha mente enquanto eu tentava pensar. Pensar em muitas coisas. Coisas por vir, coisas que já se passaram. Mas todas pareciam tão importantes.

Decidir estar à frente da comunidade do Santuário me parecia ser um grande passo. Só estava tentando me decidir se ele seria maior do que a minha própria perna. Afinal, Daryl deu a entender que sim. E mesmo tendo completo respeito por sua opinião, aquilo me parecia ser o certo no momento. Tentar. Era apenas isso o que eu queria, apenas tentar.

Por outro lado, eu começava a compreender o seu receio. O fato de estarmos na situação em que eu me encontrava, e sabendo de toda a história de Lori na prisão sem qualquer suporte médico, só me fazia frisar quantas coisas poderiam dar errado de repente. Quantas coisas poderiam acontecer e, provavelmente, não seriam nossa culpa, mas acabaríamos por levá-las nas costas só por estarmos ali, naquele lugar.

Isso me deixava angustiada de medo e me fazia pensar em desistir.

Respirei frustrada quando o som daquele relógio antigo começou a me irritar exatamente como alguém estalando os seus ossos. Me direcionando para ele com apatia.

Apressei os meus passos, soando rude sobre o assoalho até encontrá-lo acima da lareira, virando a sua parte traseira em um ímpeto e puxando a pequena chave metálica que o faria desligar automaticamente.

Um suspiro aliviado escapou por meus lábios quase trêmulos, me fazendo fechar os olhos lentamente e os sentindo pesados pelo cansaço e sono. Levei uma mão até a barriga, desejando que dessa vez o jantar de verduras e caldo não me fugisse do estômago de novo.

Batidas leves soaram na porta do quarto chamando a minha atenção. Voltei a levantar o relógio de madeira para ver em qual hora ele havia parado. Não era tão tarde, apesar de já estar escuro.

— Está aberta. — Permiti a sua entrada quando me afastei do relógio e caminhei alguns passinhos até a porta com expectativas. Porém, acabei cruzando os meus braços de modo decepcionado quando Maggie foi a única a passar por aquela porta.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora