STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. VII) Ano IV p.e. ⎥ Enevoado.

ABOTOEI BEM AQUELA PRESILHA metálica na alça do macacão de jardineiro que eu vestia enquanto descia as escadas para o térreo com passos ainda calmos, apesar de firmes. Não me importava com o quanto eu me parecia com o "velho MacDonald" vestindo aquelas roupas. O benefício do conforto era o suficiente para mim. Assim como a blusa de mangas compridas por baixo de tudo me tornando mais aquecida. Afinal, as noites estavam cada vez mais frias.

As estações estavam mudando sem se importarem com toda a nossa empreitada. A noite em Alexandria havia caído com um toque gélido do vento frio tocando as minhas bochechas assim que abri a minha porta da frente e alcancei o assoalho amadeirado das minhas varandas.

Porém, não foi exatamente o clima de outono o que me surpreendeu. Na verdade, notar a garota sentada em um dos meus primeiros degraus foi uma surpresa muito maior do que o clima frio.

Tara manteve as suas costas em minha direção mesmo quando ouviu a minha porta se abrir. Ela parecia examinar alguma coisa muito interessante em suas mãos apoiadas entre os seus joelhos flexionados. E eu apenas me aproximei silenciosamente do seu local, observando a minha jaqueta de jeans que ela ainda usava em seu corpo. Me odiando por ter perdido o seu moletom no Santuário.

Sentei ao seu lado soltando um suspiro triste, mas compreensivo. Sabia muito bem o que havia acontecido durante a sua saída com o Dixon. Assim como sabia de todas as suas convicções depois da nossa última conversa. E, agora, eu simplesmente não queria aumentar o desconforto entre nós.

O som da porta da casa ao lado foi ouvido ao longe. De nossa varanda pudemos ver quando Carl desceu aqueles degraus até encostar os seus pés no concreto da calçada. Carregando algumas sacolas de papel em suas mãos como bolsas de shopping e se afastando apressadamente depois de lançar um olhar distante em nossa direção. Foi o suficiente para vê-lo virar suas costas e se afastar em direção contrária a onde nós estávamos.

— Funcionou. — Chambler me respondeu rapidamente enquanto assentia parecendo um pouco receosa. — Os caminhantes estão dentro. Os Salvadores estão sem saídas. Agora é só uma questão de tempo até eles se entregarem e nós vencermos. — Continuou explicando de forma aguda e baixa. Como se precisasse justificar as suas ações de novo.

Sacudi a minha cabeça de forma positiva muito lentamente. Abaixando os meus olhos até os coturnos surrados que alcançavam as dobras feitas na calça comprida demais do macacão que eu usava. E mordi a ponta da minha língua como se não pudesse repreendê-la por isso de novo.

— Então... Eu espero que você se sinta melhor agora. — Desejei com um sorriso um pouco triste, apesar de carinhoso, ao mesmo tempo em que apoiava os meus antebraços cruzados sobre os meus joelhos.

Mas o meu olhar encontrou algo diferente assim que voltei a direcioná-lo para Tara. A garota desviou o seu rosto meio confuso em direção a calçada de concreto bem a nossa frente. Deixando que aquele vinco entre as suas sobrancelhas se tornasse cada vez maior a medida em que os seus pensamentos a afogavam. Causando um momento de entendimento quando a percebi triste demais para alguém vitorioso.