COM A CAPTURA DE NEGAN e a rendição dos Salvadores, até mesmo o próprio universo parecia respirar fundo de novo. Foi exatamente assim como me senti quando aquela manhã veio.
Hilltop já não estava mais abarrotada de pessoas, barracas e entulhos metalúrgicos com poder bélico. O grande pátio em frente à Casa Barrington estava novamente vago, mesmo com a presença de alguns moradores que terminavam a limpeza, assim como cada membro das comunidades se preparavam para a viagem de volta para casa, finalmente.
Respirar sem a sensação de uma bola de ferro nos calcanhares era quase abençoado. Mesmo sentindo a tristeza ainda cortante daqueles que não estavam mais conosco, mas que seriam lembrados pelo resto de nossas vidas. A paz era algo doce de se provar quando tínhamos os frutos, mas o plantio sempre seria doloroso.
Apenas um pequeno detalhe ainda era um pouco desconcertante na humilde "prisão" que Maggie havia construído perto dos portões de saída, aonde antes ficavam os reféns de guerra capturados durante a disputa, mas que agora continha apenas dois prisioneiros.
Dwight já não usava mais o moletom puído com a letra "A" em spray laranja que há muito tempo eu havia visto em Daryl. Na verdade, as pessoas do nosso grupo haviam sido gentis o suficiente para lhe disponibilizar um banho, roupas limpas e curativos nos ferimentos do seu rosto. E eu nunca admitiria isso em voz alta, era verdade, mas estava agradecida por terem sido piedosos com ele também. Mesmo o prendendo naquela gaiola logo em seguida.
Atrás do loiro estava Gregory. O velhote de cabelos grisalhos parecia um pouco mais velho do que me lembrava, o que me fazia entender que os dias não haviam sido bons para ele no meio de todo esse caos, e seu terno cinza sempre tão impecável ainda estava manchado de sangue em alguns lugares.
Os dois estavam ali por motivos muito óbvios. Gregory por causa de Maggie. Dwight por causa de Daryl.
Me aproximei com passos receosos em direção ao cercado. Dwight parecia depenar um longo galho de capim que nascia atrás daqueles arames farpados. E o loiro levou o raminho até os seus lábios para mastigá-lo enquanto permanecia com o ombro esquerdo encostado nos muros que lhe serviam de prisão.
Os olhos claros se levantaram até mim quando notaram a minha presença. Ele parecia melancólico, mas, de certa forma, aliviado. Pelo menos foi isso o que senti quando me aproximei o suficiente, reparando em seus ombros relaxados que se desencostaram do muro e vieram em minha direção como se estivesse exatamente esperando por mim há algum tempo.
— Não encontramos Simon no meio dos Salvadores. — Comentei com a voz baixa e um tanto fria para um assunto tão delicado. — Nem entre os vivos. Nem entre os mortos. Tem ideia do que aconteceu? — Questionei tentando manter a minha mente firme e o meu coração blindado. Afinal, o meu instinto assoprava a resposta certa em meu ouvido há algum tempo.
Dwight virou levemente para trás e encarou Gregory por um instante, como um efeito dramático. A cabeça levemente abaixada, mirando o chão, os olhos pensativos quando puxou aquele ramo dos lábios e os entreabriu para soltar a sua respiração em minha direção de novo.
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STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead
Fanfiction+18 ● 𝐒𝐓𝐈𝐍𝐆 [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] ● ⎢ ❝𝐂𝐇𝐄𝐆𝐎𝐔 𝐀𝐎 𝐏𝐎𝐍𝐓𝐎 em que todos os vivos são fortes. ❞ ⎢ 𝐀 𝐕𝐈𝐃𝐀 𝐄𝐌 𝐀𝐋𝐄𝐗𝐀𝐍𝐃𝐑𝐈𝐀 não poderia estar melhor, até o momento em que o ataque ao posto avançado dos Salvadores se torna uma...