(Vol. VII) Ano IV p.e. ⎥ Esperar.

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NÃO FAZIA IDEIA DE QUANTOS DIAS HAVIAM PASSADO

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NÃO FAZIA IDEIA DE QUANTOS DIAS HAVIAM PASSADO. Sete. Talvez dez. Um dia a mais, um dia a menos.

Mas eu conhecia a minha rotina.

Acordar. Comer. Trabalhar. Dormir.

Era ridículo, eu nem sabia ao certo se estava mesmo dormindo.

As pontas dos meus dedos estavam ardendo. Tanto pelo esforço que eu ainda fazia tentando abrir a fechadura fortificada da única porta de saída, quanto pelos produtos corrosivos para limpar as armas, e que agora acabavam com as minhas digitais todos os dias.

Bom, pelo menos eles haviam tirado aquela algema do meu pulso e me permitido ficar solta dentro daquela gaiola abafada. Esse era o lado bom dos últimos dias. Se Bob estivesse aqui era isso o que ele diria.

O meu braço estava melhor, apesar de ainda usar aquela faixa completamente imunda. Tinha medo de tirá-la e alguma sujeira impregnar dentro da cicatrização, ou até mesmo que algum inseto usasse a ferida como ninho enquanto eu dormia. Mas, graças às medicações que eu tomava todos os dias, era bom sentir que a dor não era tão intensa e os movimentos eram bem mais fáceis. Estava se curando e eu aceitava aquele milagre.

A pequena escovinha que eu havia roubado há dias atrás já estava praticamente toda amassada e ainda assim eu não havia conseguido abrir aquela fechadura. Era óbvio perceber que aquele era um prédio jurídico. Prédios assim possuíam trancas para documentos importantes, e mesmo após toda a minha experiência, aquilo era completamente inútil.

Mesmo assim, a minha maior preocupação era a falta de cuidados com a minha saúde.

A comida era escassa. Já havia entendido que quanto mais trabalhássemos e fôssemos produtivos, maior seria a nossa parte na ração e esse era o meu principal objetivo. Conseguir mais.

Ainda assim, não me parecia ser o suficiente para dois, por mais que eu desse o máximo de mim ao longo do dia. E, acima de tudo, Não existiam médicos e eu estava realmente começando a achar muito estranho o fato de estar perdendo a fome, ou sem os enjoos.

Desejava ter a confirmação de que tudo estava bem.

O som de algo batendo me fez afastar daquela porta e correr em direção aos fundos do cômodo. Escondendo o arame atrás do terceiro cano metálico exatamente como eu fazia todos os dias e então fiquei apenas esperando de pé em frente à porta conforme eu já havia aprendido.

— Bom dia, luz do sol. — A voz sarcástica da garota asiática soou como a única melodia que eu ouvia nos últimos dias. — Hora do café da manhã. — Ela avisou quando entrou e colocou uma bandeja plástica no centro do cômodo, entre nós.

Me ajoelhei sem movimentos bruscos e tratei de pegar o pão com as duas mãos sem ao menos me preocupar com o que tínhamos ali. Não havia tempo para reflexões quando você tinha tão pouco. E ela voltou a ficar de pé em frente a saída, com os seus braços cruzados e me observando de cima.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora