(Vol. VIII) Ano VI p.e. ⎥ Planos de vida.

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AS ROUPAS DE DEVYN SÓ PRECISAVAM serem finalizadas com o pequeno gorro infantil que cobria até as suas orelhas

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AS ROUPAS DE DEVYN SÓ PRECISAVAM serem finalizadas com o pequeno gorro infantil que cobria até as suas orelhas. O traçado macio do tricô parecia ser perfeito para proteger os seus ouvidos da manhã um pouco mais fria e aquele pompom feito de lã combinado com as estampas rústicas e cores terrosas faziam a touca peruana se tornar um charme muito adorável.

Peguei o gorro de cima daquela cama e sorri de um jeito bobo dentro daquele quarto de casal no trailer. O clima estava mais ameno e o sol parecia ser mais alaranjado em Hilltop. Na verdade, a sensação de paz e tranquilidade seria apenas um detalhe confortável do qual eu sabia que o Dixon diria "Eu não disse?" com aquele seu olhar sério e cheio de razão.

Essa era uma das coisas que eu sentia falta. Parecia que um buraco estava sempre vazio ao meu lado o tempo todo. Causando uma angústia mais carente todas às vezes em que eu me lembrava de qualquer coisinha que gostaria de compartilhar com o caçador, mas ele não estava por perto para me ouvir.

Me perguntava se ele estava sentindo a nossa falta também.

— Um novo dia, um novo dólar. — Comentei me aproximando do garoto deitado sobre a cama de casal e o sentei confortavelmente para conseguir colocar aquele gorrinho em sua cabeça. — Você sabe o que isso significa? — Encaixei a peça de lã sobre os seus cabelos enquanto Devyn sacudia o seu esquilo de pelúcia como um ato de rebeldia ao levá-lo até a boca para mastigá-lo. — Significa que você nunca terá um dia igual ao outro, hnm? Todos os dias são únicos. E são uma dádiva porque são uma chance. Então, nunca economize. Sempre gaste o seu dólar na melhor proposta. — Expliquei baixinho, fazendo um pequeno lacinho nos cadarços abaixo do queixo redondo.

Me aproximei em direção a sua cabeça vestida e deixei um beijo demorado no topo dela, ao mesmo tempo em que sentia o seu perfume conhecido de bebê confortando os meus pulmões. Fechei os meus olhos e fiz mais uma das milhões de preces instintivas que me faziam implorar para que ele sempre estivesse bem. Rezando agora por seu pai também.

— Sei que você sente falta dele, ok? Eu sinto também. — Concordei apertando os meus lábios com uma tristeza compreendida quando trouxe Devyn até os meus braços e fiquei de pé ao lado daquela cama. — Mas é por pouco tempo, o seu pai prometeu nos visitar logo e Hilltop é incrível! — Tentei persuadi-lo quando o apoiei em meu quadril e passei a organizar as coisas bagunçadas ao redor, as colocando nos lugares certos.

O garoto esticou aquela pelúcia embrulhada em uma fralda de pano exatamente em direção ao meu rosto e eu acabei rindo quando pensei na ideia de que Devyn estava tentando me consolar também.

— Oh, não, neném. A mamãe não precisa do senhor Esquilo quando está triste, mas obrigada. — Brinquei voltando a pegar o objeto de suas mãos inquietas e segurei o brinquedo com a mesma mão que apoiava o seu corpo em meu colo.

Deixei todo o quarto organizado e caminhei para fora dele com passos calmos. O corredor que ligava os dormitórios até a sala única, dividida entre sala e cozinha, não era muito longo e logo eu fui recebida pelo maravilhoso cheiro salgado de temperos e fritura assim que passei pela soleira da porta.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora