UM EXTENSO CORREDOR NOS ESPERAVA após atravessarmos a entrada em arco da galeria de belas artes Matheson. A estrutura do teto acima de nossas cabeças era feita através de uma passarela no segundo andar do museu e agora buscávamos pela escada que nos levaria até ele.
Ao nosso redor podíamos notar alguns metros de paredes amareladas e decadentes que um dia haviam sido brancas, e que agora seguravam com toda a determinação resistente os quadros com pinturas antigas e descascadas, que mais pareciam um cenário mórbido esquecido pelo tempo.
Tudo era angustiantemente silencioso, a não ser pelo estalo oco dos escombros e lixo sendo esmagados por nossos passos, nos fazendo caminhar bem lentamente, sorrateiros e atentos a cada mínimo detalhe que pudesse nos surpreender, ou se tornar uma ameaça.
Ezekiel permanecia quase ao meu lado, afinal, o homem mantinha um ou dois passos à minha frente como se estivesse desbravando o território desconhecido e sua mão sempre repousada sobre o cabo da sua espada no quadril me mostrava que a sua concentração o deixava completamente pronto para qualquer perigo.
Estávamos quase alcançando a primeira entrada para o salão principal da galeria de artes quando eu me deparei com um grande quadro que tomava quase todo o espaço da parede ao final daquele corredor.
Parei os meus passos diante da pintura mais alta do que eu e analisei minuciosamente cada detalhe feito com tinta sobre a tela já envelhecida. Notando a figura de uma família provavelmente de décadas passadas, com uma bela mulher vestindo um volumoso vestido azul de babados, três crianças vestindo roupas elegantes divididos entre um menino e duas meninas, assim como um distinto cavalheiro com suas roupas militares e que permanecia sentado em uma poltrona vermelha rodeada por cortinas de veludo como se eles fossem da realeza.
A pintura era incrivelmente bela, mas não tão chamativa. Isso acontecia pelo fato de alguém ter usado algum tipo de tinta preta, como graxa de sapatos, para pichar uma mensagem sobre toda a tela do quadro como um aviso para as futuras pessoas que entrassem ali.
"Os ricos também morrem", eu consegui ler e, por algum motivo, aquilo me trouxe um arrepio horrível.
— Pareceria muito pessimismo da minha parte se eu dissesse que não acredito termos êxito em encontrar tais joias? — Ezekiel perguntou usando um tom muito baixo assim que tomou o lugar ao meu lado e passou a observar aquele quadro fúnebre junto comigo.
— Na verdade, sim. — Respondi usando o seu mesmo tom e direcionei o rosto lentamente em sua direção. — Por que diz isso? — Procurei saber quando passei a analisar o seu semblante e o vi torcendo os lábios antes de sacudir a cabeça com uma negativa descrente.
— Eu me lembro do "mundo antigo" o suficiente para saber que joias e dinheiro provavelmente foram as primeiras coisas que as pessoas protegeram. — Explicou antes de soltar um longo suspiro e se afastou do meu lado para caminhar em direção a entrada do salão principal. — Muito antes mesmo do que proteger as próprias pessoas... — Acrescentou quando eu o segui.
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STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead
Fanfiction+18 ● 𝐒𝐓𝐈𝐍𝐆 [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] ● ⎢ ❝𝐂𝐇𝐄𝐆𝐎𝐔 𝐀𝐎 𝐏𝐎𝐍𝐓𝐎 em que todos os vivos são fortes. ❞ ⎢ 𝐀 𝐕𝐈𝐃𝐀 𝐄𝐌 𝐀𝐋𝐄𝐗𝐀𝐍𝐃𝐑𝐈𝐀 não poderia estar melhor, até o momento em que o ataque ao posto avançado dos Salvadores se torna uma...